Antes majoritário no cenário nacional, o PSDB amargou baixos números nas eleições para as prefeituras e Câmaras de Vereadores Brasil afora em 2024. A legenda, que chegou a governar 793 cidades a partir do pleito municipal de 2016, elegeu, neste ano, apenas 269 prefeitos – uma redução de 66% no número de chefes do Executivo eleitos. Em 2020, o número de cadeiras eleitas nas prefeituras pelo partido foi de 512.
No Legislativo, especialmente no Sudeste, onde a legenda teve grande representatividade na primeira década do século, os números são ainda menores. Nas capitais da região, houve apenas um vereador eleito pelo partido nestas eleições, em Vitória. Em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, nenhum tucano foi eleito para o cargo.
Nesse cenário, destaca-se a capital paulista, onde o partido não elegeu nenhum vereador pela primeira vez em 30 anos. O número de cadeiras no Legislativo nas capitais do Sudeste caiu de 18 em 2016 para 9 em 2020, e para 1 em 2024.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, defende que a baixa nos números não é de agora, e aconteceu, principalmente no Sudeste, a partir de 2022, quando a legenda perdeu o governo de São Paulo. Com isso, analisa Perillo, houve uma queda significativa no número de prefeituras devido ao desfalque no Executivo estadual.
“Em 2023, quando o PSDB saiu do governo de São Paulo, imediatamente partidos como o PSB e PSD e outros foram atrás dos nossos prefeitos. A gente cometeu um erro em 2022 ao não lançar candidato a presidente, e depois quando perdemos o governo de São Paulo, perdemos quase todos os governos que tínhamos”, disse.
“Estamos começando do zero, animados, porque tem muitos prefeitos que devem vir para o PSDB agora. No cômputo geral, elegemos cerca de 270 prefeitos, podendo eleger mais 3 ou 4 no segundo turno. É mais ou menos um empate (em relação a outras eleições). Se considerarmos que fomos atacados de todos os lados em 2023. Estamos nos recuperando bem”, completa o presidente nacional do partido.
Minas Gerais
O maior número de prefeituras eleitas pelo PSDB no Brasil foi em Minas Gerais, com 61 municípios que serão governados pela legenda a partir de 2025. Também foram eleitos 55 vice-prefeitos tucanos nestas eleições. Na avaliação do presidente estadual da sigla, Paulo Abi-Ackel, a queda nos números em nível nacional era esperada, mas ele comemora os números de Minas, que superaram, inclusive, as expectativas internas do partido, de eleger cerca de 50 prefeitos no Estado.
Além disso, o arrefecimento do PSDB, segundo Abi-Ackel, precisa ser entendido por uma lente contextual. “Não é surpresa para ninguém. Temos uma direita que está tão grande que se dividiu, uma esquerda enfraquecida e um centro que divide o menor pedaço do bolo, que é onde o PSDB está situado”, argumenta.
Contudo, ele ressalta a importância do partido em Minas: “Nós ainda somos, junto com o MDB, um dos maiores partidos de Minas. Em termos de número de prefeituras, a importância das prefeituras, e muitos outros fatores, número de vereadores, de vice-prefeitos, número de representações partidárias, etc”, disse.