A janela partidária, período em que os vereadores podem trocar de partido para disputar as eleições municipais, termina com uma superlotação na base de apoio da prefeita de Contagem, Marília Campos (PT). Onze parlamentares, mais da metade dos membros da Câmara, trocaram de partidos durante o período, encerrado em 5 de abril. Agora,dos 21 vereadores, 17 estão abrigados em legendas vinculadas à prefeita

Apenas nove parlamentares continuaram em seus partidos de origem. Entre esses poucos, dois foram eleitos pelo PT e dois pelo PV. As duas legendas formam, junto com o PCdoB, uma federação partidária e agora são a maior bancada do legislativo de Contagem.

Os partidos que receberam aliados da prefeita foram: PSD, União Brasil, PSB, Solidariedade, Rede, PDT, Republicanos, PMN e PP. 

No governo municipal, o balanço final foi comemorado e reforça a ideia divulgada por muitos apoiadores da prefeita de que esta eleição caminha para vitória. O núcleo próximo da campanha petista destaca que apenas quatro vereadores decidiram seguir em legendas de oposição à prefeita: Abne Mota e Pastor Itamar foram para o PRD; enquanto José Carlos Gomes e Hugo Vilaça permaneceram no Avante. O resultado, na visão dos petistas, enfraquece os pré-candidatos que pretendem barrar a reeleição de Marília Campos em outubro. 

O deputado federal Felipe Saliba (PRD), que foi derrotado por Marília Campos no segundo turno de 2020, conseguiu o apoio de dois vereadores.

Já o deputado federal Cabo Junio Amaral (PL) ficou sem nenhum parlamentar eleito para defender a campanha na Câmara. Nem os apoios já declarados do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram suficientes para atrair vereadores para a candidatura. 

O presidente da Câmara de Contagem, Alex Chiodi, que migrou do Solidariedade para o União Brasil, partido que faz parte da base do governo Marília Campos, justificou a grande quantidade de mudanças com a alteração do cenário partidário percebido entre 2020, última eleição municipal, e 2024. “A fusão de partidos, com a diminuição do número de legendas, forçou esse remanejamento para que cada vereador também possa ter a oportunidade de disputar a eleição e chance de reeleição. Eu vejo isso como um movimento natural”, destaca.

O presidente do Legislativo de Contagem cita como exemplo que, na última eleição municipal, ainda existiam os partido PSL e DEM, que se fundiram para dar origem ao União Brasil; mesmo movimento aconteceu com o Patriota e o PTB, que se uniram para dar origem ao PRD. Outra questão importante foi a guinada à direita do PL, que em 2021 recebeu o ex-presidente Bolsonaro e todos os seus apoiadores. Além disso também foi criado o modelo da federação partidária, que juntou, pelo menos eleitoralmente, PT, PCdoB e PV em uma federação; PSOL e Rede em outra; e ainda uma federação formada por Cidadania e PSDB.