O deputado estadual eleito, Cristiano Caporezzo (PL) reiterou as críticas feitas ao secretário de Governo, Igor Eto, e manteve a acusação de chantagem por parte do secretário para pressioná-lo a votar no deputado Roberto Andrade (Patriota), candidato do governo na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Caporezzo chamou Eto de "arrogante e moleque" e disse estar decepcionado com o silêncio do governador Romeu Zema (Novo) diante do caso que veio à tona. Na última terça (24/1), foi decidido que o deputado Tadeu Martins Leite (MDB) seria o candidato de consenso para disputar a presidência da ALMG.
Na hora do bate-pronto da Rádio Super, o deputado estadual eleito pelo PL, Cristiano Caporezzo, chamou o secretário de Estado de governo, Igor Eto, de "moleque" e disse que é uma "vergonha" o silêncio de Romeu Zema em torno da questão. pic.twitter.com/fMEOWt7YJi
— O Tempo (@otempo) January 26, 2023
O deputado do PL disse que vai solicitar, assim que assumir seu cargo na Assembleia Legislativa, em 1º de fevereiro, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar esse caso de chantagem com motivação política. "Eu estou aguardando uma posição do governo e, se essa conversa não for viabilizada, vou procurar o máximo de assinaturas para abrir uma CPI", afirmou Caporezzo durante entrevista para o programa Café com Política, do jornal Super N 1ª edição, da Rádio Super 91,7 FM, nesta quinta-feira (26/1).
O deputado estadual eleito, Cristiano Caporezzo (PL), disse que pode pedir a criação de uma CPI para apurar a denúncia feita por ele contra o secretário de Governo, Igor Eto. Ele classificou a atitude de Eto como "chantagem política" para eleger o novo presidente da ALMG. pic.twitter.com/3W9tQtSlG6
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Sobre uma possível participação do governador Romeu Zema (Novo) nessa polêmica, Caporezzo disse iria dar a Zema o benefício da dúvida. "Acho estranho e preocupante o silêncio do governador. Se um deputado aliado recebe esse tipo de tratamento de um dos principais secretários do governo, imagina o tipo de tratativa que deve ter tido com outros deputados? Deve ter sido uma abordagem nada republicana", pontuou Caporezzo, afirmando que segue à disposição do governador para conversar.
Caporezzo contou que Eto teria ligado para o coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Marco Aurélio Zancanela, e dado a ele "um últimato". Segundo Caporezzo, Eto deu a Zancenela meia hora para que ele fizesse o deputado do PL gravar um vídeo de apoio a Roberto Andrade. Caso contrário, contou Caporezzo, o coronel Zancanela perderia a indicação para assumir o cargo de Chefe do Estado Maior.
A indicação foi feita pelo próprio Caporezzo que admitiu ter indicado para Igor Eto e o vice-governador Mateus Simões (Novo) o nome de Zancanela. No entanto, o deputado fez questão de negar que a indicação tenha sido em troca de qualquer favor político. "Jamais venderia meu cargo, não tenho o rabo preso com ninguém. Eu indiquei, sim, o coronel Zancanela para uma entrevista junto à elite do governo de Minas, sem nenhuma garantia de nomeação, mas não sou amigo dele. Ele nunca esteve na minha casa e eu nunca estive na casa dele", afirmou Caporezzo, justificando que havia indicado o coronel Zancanela pelo seu currículo, pelos seus méritos.
Há alguns dias, Caporezzo denunciou que o coronel Zancanela teria sido chantageado por Igor Eto. E o próprio coronel afirmou, em áudio encaminhado a um grupo de oficiais do Alto Comando da corporação, que sua retirada da chefia do Estado Maior teria sido por motivos políticos. Zancanela disse, ainda, que o secretário Igor Eto havia exigido que ele pressionasse um deputado estadual a mudar o voto na Assembleia Legislativa. Diante da negativa, ele teria sido retirado do cargo. O governo alegou que a mudança teria sido uma escolha do comandante-geral da PM.