MAIS UM

PF pede abertura de novo inquérito contra Chiquinho Brazão por suspeita de desvio de emendas

O deputado federal é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ)

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 24 de maio de 2024 | 20:33
 
 
 

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) pediu a abertura de outro inquérito contra o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), agora os agentes querem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar outro crime: um esquema de desvio de verbas de emendas parlamentares. Nesse caso, também é apontado o nome do ex-deputado Pedro Augusto (PP-RJ).

A PF afirma no documento que “exsurgem indícios veementes da suposta destinação de verbas oriundas de emendas parlamentares, notadamente dos deputados federais Pedro Augusto e Chiquinho Brazão, para fins de obtenção de vantagens indevidas”. Essas evidências teriam sido encontradas após a apreensão do celular de Robson Calixto da Fonseca, preso no início desse mês também no âmbito das investigações sobre o caso Marielle.

A PF aponta que parte do dinheiro desviado teria ido para uma empresa da filha de Robson, que os agentes descrevem como “homem que atua nos bastidores na defesa dos interesses espúrios da Família Brazão, de modo a angariar, para si, patrimônio potencialmente incompatível com suas fontes de renda lícitas”. O relatório mostra que foram encontradas no celular de Robson imagens que envolvem compra de bens de luxo e mensagens com deputados tratando do desvio de emendas.


Conhecido como Peixe, Robson era ex-assessor de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), irmão de Chiquinho e também acusado de ser um dos mandantes do crime contra a vereadora, que também resultou na morte do motorista dela, Anderson Gomes, em março de 2018. A defesa do deputado Chiquinho Brazão nega as acusações. 


Caso Marielle

Neste mês, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a abertura de processo contra o deputado Chiquinho Brazão. Agora, será analisado o mérito da denúncia que foi apresentada à comissão pelo PSOL. Nessa fase é feita a coleta de provas e a defesa formal do parlamentar. O trâmite pode levar à perda do mandato do parlamentar.

Brazão e o irmão dele, Domingos Brazão, são acusados de serem os mandantes do crime que resultou nos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Foi preso, ainda, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. 

Os mandados de prisão foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).  Em 10 de abril, o plenário da Câmara manteve a prisão do deputado federal por 277 votos a 129. Por ter mandato parlamentar, a detenção precisa ser autorizada pela Câmara, conforme previsto na Constituição.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!