BRASÍLIA - O deputado federal Afonso Motta (PDT-RS) exonerou seu chefe de gabinete, Lino Rogério da Silva Furtado, alvo da Polícia Federal (PF) pelo suposto esquema de desvio de emendas parlamentares. A demissão do cargo pública ainda não foi oficializada no Diário Oficial, mas consta no portal da Câmara.
De acordo com as informações públicas, Lino foi funcionário no gabinete de Motta até a segunda-feira (17). Ele estava no cargo desde outubro de 2016 e recebia um salário bruto de R$ 17.638,64 por mês. O agora ex-chefe de gabinete já estava afastado do cargo desde o cumprimento da operação.
Entenda
Lino Rogério foi um dos alvos da PF em operação realizada na última quinta-feira (13), com autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. O inquérito indica que o chefe de gabinete agiu para desviar parte das emendas destinadas pelo deputado ao Hospital Ana Nery, na cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul.
Entre os endereços visitados pela Polícia Federal está o apartamento funcional, emprestado ao deputado pela Câmara, em Brasília — o lugar também servia como moradia para Lino Rogério, segundo frisou o vice-presidente Altineu Côrtes (PL-RJ).
De acordo com a PF, Lino Rogério recebeu 6% do valor das emendas indicadas por Afonso Motta para o Hospital Ana Nery. A propina era paga a título de contrapartida pela captação de recursos — significa que ele recebia uma comissão para garantir a liberação do dinheiro público para a unidade de saúde.
O repasse constava em um contrato de prestação de serviços obtido pela PF. “Em contrapartida aos serviços prestados, o contratado receberá 6% (seis por cento) sobre o valor por ele comprovadamente captado, que serão pagos em até 30 dias após o recebimento do valor pela contratante, através de depósito bancário”, dizia a terceira cláusula do documento.
Agentes encontraram R$ 350 mil em espécie durante a operação - parte do valor encontrado estava em endereço ligado a Lino Rogério. A operação foi chamada de EmendaFest.