BRASÍLIA - Deputados aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levantaram nesta terça-feira (22/7) uma bandeira em homenagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados.
Os presidentes das Comissões de Segurança Pública, Paulo Bilynskyj (PL-SP), e de Relações Exteriores, Filipe Barros (PL-PR), tentaram encerrar o recesso parlamentar, que começou na última sexta-feira (18/7), para manifestar apoio ao ex-presidente. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Mesmo assim, a bandeira com os dizeres "Trump - Make America Great Again" foi levantado na mesa diretora da comissão pelos deputados Delegado Caveira (PL-PA) e Sargento Fahur (PSD-PR), em um aceno ao presidente norte-americano pela taxação de 50% das importações brasileiras.
Em 9 de julho, Donald Trump endereçou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para informar sobre a imposição de uma sobretaxa sobre todas as exportações brasileiras nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto.
No comunicado, Trump cita Jair Bolsonaro e critica o Supremo Tribunal Federal (STF). O republicano classificou as ações contra o ex-presidente, réu por uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, de “caça às bruxas”.
Nesta terça-feira, ainda havia a previsão da presença de Bolsonaro na Câmara dos Deputados, mas o ex-presidente desistiu de ir ao local.
Bolsonaro tem 24 horas para explicar ida à Câmara
Jair Bolsonaro foi alvo, na sexta-feira, de mandados de busca e apreensão e de ordens de restrição assinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica, exibida pelo ex-presidente em visita à Câmara na segunda-feira (21).
A aparição dele e a concessão de entrevistas veiculadas em redes sociais, inclusive, virou alvo de nova ordem de Moraes. O ministro deu 24 horas para que a defesa de Bolsonaro explique a exposição, sob risco de prisão por descumprimento de cautelar. Isso, porque uma das ordens restritivas proíbe o uso de redes sociais, seja em seus perfis ou por intermédio de terceiros.
O ex-presidente não poderá sair de casa entre 19h e 6h, nem em fins de semana e feriados. As restrições também o proíbem de se aproximar de embaixadas e de manter contato com diplomatas estrangeiros ou embaixadores. Outra medida o impede de se comunicar com outros réus e investigados pelo STF.
As medidas cautelares têm ligação com a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para buscar punição a autoridades pelo governo dos Estados Unidos. Além disso, ocorre no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022 e os esforços para desacreditar o processo eleitoral.