BRASÍLIA - O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou uma nota, nesta quarta-feira (9), pedindo para que as autoridades brasileiras "evitarem escalar" o conflito com os Estados Unidos para evitar "o pior".
Ele se referiu à decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar em 50% as exportações brasileiras. Eduardo está licenciado do mandato desde março deste ano, quando se mudou para os EUA.
"Apelamos para que as autoridades brasileiras evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades”, escreveu. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda pediu ajuda do Congresso Nacional nesta questão.
Segundo ele, é preciso aprovar o projeto de lei da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Eduardo aproveitou para pedir que os parlamentares adotem medidas para garantir a “liberdade de expressão”.
“Cabe ao Congresso liderar esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garanta a liberdade de expressão - especialmente online - e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder",
"Sem essas medidas urgentes, a situação tende a se agravar -especialmente para certos indivíduos e seus sustentadores”, finalizou. A carta de Eduardo Bolsonaro foi assinada em conjunto com Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou na terça-feira (8) por mais 60 dias o inquérito que investiga a atuação do deputado federal licenciado. O pedido de ampliação do prazo foi feito pela Polícia Federal, no último dia 3.
Em sua decisão, o magistrado considerou que há necessidade de continuidade das apurações e diligências ainda pendentes. Eduardo Bolsonaro é acusado de tentar constranger e intimidar autoridades brasileiras por meio da articulação de sanções internacionais.
Moraes abriu o inquérito em 26 de maio a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o filho do ex-presidente pode ter cometido os crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de direito.
O ministro do STF também determinou que a Polícia Federal (PF) monitore e preserve o conteúdo publicado por Eduardo nas redes sociais que tenham relação com os possíveis crimes.
"Verifica-se que o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da ação penal, que já se encontra em fase de apresentação de alegações finais pelas partes", pontuou o ministro relator.