BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, nesta terça-feira (8), por mais 60 dias o inquérito que investiga a atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. O pedido de ampliação do prazo foi feito pela Polícia Federal, no último dia 3. 

Em sua decisão, o magistrado considerou que há necessidade de continuidade das apurações e diligências ainda pendentes. 
Eduardo Bolsonaro é acusado de tentar constranger e intimidar autoridades brasileiras por meio da articulação de sanções internacionais.   

Alexandre de Moraes abriu o inquérito em 26 de maio a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter cometido os crimes de coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado democrático de direito. 

O ministro do STF também determinou que a Polícia Federal monitore e preserve o conteúdo publicado por Eduardo nas redes sociais que tenham relação com os possíveis crimes. 

Eduardo Bolsonaro diz que não volta ao Brasil enquanto não houver sanções

Eduardo Bolsonaro anunciou em 18 de março que iria se licenciar do mandato para ficar nos Estados Unidos e, de acordo com ele, "buscar justas punições" para Alexandre de Moraes.

O deputado federal licenciado alega perseguição política em decisões do Judiciário brasileira que atingiriam inclusive a liberdade de empresas e cidadãos norte-americanos, segundo ele.

Entre as possíveis sanções impostas pelos EUA, autoridades brasileiras poderiam ser impedidas de entrar no país e ter contas bloqueadas por instituições financeiras de lá.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já afirmou que há "grande possibilidade" de o governo dos Estados Unidos impor sanções a Alexandre de Moraes. A declaração foi festejada por Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.

Na última segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu Jair Bolsonaro pelas redes sociais. Ele afirmou que o Brasil está fazendo uma “coisa horrível” no tratamento ao ex-presidente, que estaria sendo perseguido. 

Eduardo Bolsonaro também comemorou a declaração de Trump e afirmou que "esta não será a única novidade vinda dos EUA".