BRASÍLIA - O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou nesta terça-feira (19/8) que o partido vai desembarcar "o mais rápido possível" do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Progressistas comanda o Ministério dos Esportes, com André Fufuca, em uma tentativa de Lula de ampliar a base aliada no Congresso Nacional.

“Nós iremos desembarcar desse governo o mais rápido possível, pode ter certeza que não vai demorar. Só 5% querem ficar”, disse, em entrevista coletiva.

Ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira criticou a indicação de ministros pela legenda ao governo. “Se dependesse de mim, o Fufuca não teria nem entrado”, destacou.

'Superfederação'

Nesta terça-feira, União Brasil e Progressistas oficializaram a "superfederação". Juntos, os dois partidos controlam quatro ministérios e a presidência da Caixa Econômica Federal.

A aliança terá a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 109 deputados federais, e a maior bancada do Senado, com 15 senadores. O grupo também conta com o total de sete governadores, à frente de todos os outros partidos, e reúne o maior número de prefeituras, com 1.335 prefeitos em todo o país.

No Congresso, o apoio à pauta governista não deve mudar muito, pois esses partidos já vêm votando contra o governo. A maioria dos parlamentares das duas legendas tem relação com Bolsonaro ou com outros setores da direita, como o agronegócio. A ala minoritária, principalmente do Nordeste, é que tem uma relação mais próxima com o presidente Lula. 

União Brasil e PP votaram majoritariamente contra o governo no decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, aderiram à obstrução física do plenário da Câmara dos Deputados, por apoiadores de Bolsonaro, que tentaram paralisar os trabalhos do Legislativo em protesto contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

De olho em 2026

A "superfederação" não deve apoiar a reeleição do presidente Lula (se o petista decidir retornar às urnas), e a expectativa é de exercer papel central nas articulações para unificar a candidatura da direita em 2026.

Ciro Nogueira apoia uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao Palácio do Planalto. Por outro lado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), lançou sua pré-candidatura à Presidência na eleição do ano que vem.