BRASÍLIA - Senadores da oposição que ocupavam a Mesa do plenário, desde a última terça-feira (5/8), encerraram o motim e desocuparam o local na manhã desta quinta-feira (7/8), após acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

O movimento, que também aconteceu na Câmara e foi encerrado pelos deputados na noite de quarta-feira (6/8), protestava contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro e a favor de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” dos atos de 8 de janeiro de 2023. No Senado, os parlamentares também cobram que seja pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), confirmou que os oposicionistas voltarão a participar normalmente das sessões de votação de “pautas que interessam o Brasil”.

"Fizemos um esforço hoje, junto aos nossos pares, e estamos neste momento nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente. Agora, às 11h, terá uma sessão virtual. Se o presidente entender por bem, poderá ser presencial. Nós estamos desobstruindo aqui, colocando nossa posição de participarmos dos debates que ocorrerão normalmente nas pauta que interessam ao Brasil", afirmou.

Minutos depois, Alcolumbre chegou ao plenário e abriu a primeira sessão deliberativa após o recesso parlamentar. O principal item da pauta é a Medida Provisória (MP) que eleva a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até dois salários mínimos, equivalentes a R$ 3.036,00.

Impeachment não será discutido por Alcolumbre

A articulação no Senado foi mais branda do que na Câmara. O presidente Davi Alcolumbre recebeu os líderes para reunião na quarta-feira à tarde. A oposição optou por permanecer em silêncio, mas, após o encerramento, os líderes do grupo continuaram reunidos com Alcolumbre. Entre eles estava o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

As negociações terminaram com o compromisso de Alcolumbre de realizar sessão virtual nesta quinta-feira (7/8), ignorando a ocupação do plenário pelos senadores de oposição, que chegaram a se acorrentar à mesa da presidência. "A decisão tem por objetivo garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada", afirmou.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", declarou. Alcolumbre disse, ainda, aos líderes que as reuniões serão retomadas presencialmente a partir de segunda-feira.

Pressionado a instaurar um procedimento para impeachment de Alexandre de Moraes, Alcolumbre foi enfático com os líderes ao dizer que essa é uma prerrogativa dele. O presidente do Senado disse, ainda, que não pautará o impeachment.