O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou, neste sábado (1º), que manterá aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Casa Civil no governo, até a próxima eleição presidencial em 2026. Ele assumiu, no entanto, ter "respeito" e "carinho" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A garantia foi feita em entrevista à CNN, após pergunta sobre a postura de Ciro Nogueira de ter sido da base aliada de governos petistas anteriores (de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff). Ele também é um dos caciques do chamado Centrão, que costume ser base para governos vigentes. Segundo o senador, já houve tentativa de aproximá-lo do atual mandatário, mas sem sucesso.
"[A relação] é de respeito, eu não tenho contato com o presidente Lula, não acho correto eu ter esse contato. Muita gente tentou provocar esse encontro e não vai acontecer. Eu tenho respeito, tenho carinho pelo presidente Lula. Não é meu inimigo, é meu adversário político", disse.
"Mas eu tenho um posicionamento hoje muito firme, tenho perfil de centro-direita e tenho muito orgulho de estar ao lado do [ex-]presidente Bolsonaro. Estarei ao lado dele nos próximos três anos", acrescentou.
Ciro Nogueira afirmou que Bolsonaro será o principal nome de oposição ao governo Lula agora que retornou ao Brasil, após passar três meses nos Estados Unidos. "Ele é o grande líder, é a pessoa que vai conduzir esse processo, é o homem que vai definir se vai ser candidato em 2026 ou vai apoiar um ouro candidato", declarou.
O senador citou nomes de governadores aliados em que creditou uma unificação política com foco eleitoral, como Romeu Zema (Novo, Minas Gerais), Tarcísio Freitas (Republicanos, São Paulo) e Ratinho Jr. (PSD, Paraná). "Não tenho dúvida de que nós voltaremos com muita facilidade ao poder em 2026", afirmou sobre a condição de unificação dos nomes.
O ex-ministro criticou ainda a exposição sobre o caso das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita. Um conjunto avaliado em R$ 16 milhões ficou retido pela Receita Federal pela tentativa ilegal de entrada no Brasil. Outros dois kits ficaram com Bolsonaro, sendo que um já foi devolvido por ordem do Tribunal de Contas da União (TCU).
Para Ciro Nogueira, o caso das joias faz parte de "narrativas" que tentaram creditar a Bolsonaro e que "não deram certo". Ele acrescentou ser "cortinas de fumaça para tentar esconder os problemas do atual governo". "Hoje se fala mais em Bolsonaro do que em Lula. Eu fico pensando se Bolsonaro ainda é presidente", disse.
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