O advogado do ex-presidente de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, rebateu as falas do hacker Walter Delgatti Neto à CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (17) e disse que ele “mente, mente, mente”.  

Fabio Wajngarten usou as redes sociais para dizer que desconhece que Jair Bolsonaro tenha feito reunião de 1h30 a sós com o hacker e acusa Walter Delgatti Neto de mentir em seu depoimento no colegiado.  

O hacker contou que participou de uma reunião no Palácio da Alvorada (residência oficial da Presidência da República), com o ex-presidente Bolsonaro, o ajudante de ordens Mauro Cid, o assessor da Presidência general Marcelo Câmara e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) 

No encontro, o então presidente da República o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas. Em caso de ser pego, Bolsonaro teria assegurado que lhe concederia um indulto. 

“Eu desconheço quem tenha feito reunião individual com o presidente Jair Bolsonaro, cuja duração tenha sido de 1h30. Duvido. Mente e mente e mente” escreveu Fabio Wajngarten. “Em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática muito menos alpinistas tecnológicos na campanha do presidente Jair Bolsonaro. É muita gente tentando buscar holofotes e fogo. Haja bombeiros para reconstruir a verdade”, publicou em outro tuíte.  

 

Assim como já havia dito em entrevistas e em depoimento à PF, Delgatti Netto reafirmou na sessão do colegiado, na manhã desta quinta, ter sido contratado pela deputada Carla Zambelli para participar de atividades criminosas. Mas ele trouxe novos elementos, comprometendo, entre outros,  Jair Bolsonaro  e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, com quem diz ter tido conversas para traçar um plano contra o TSE, as urnas e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

No depoimento, Walter Delgatti Neto contou também que Bolsonaro pediu que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido realizado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A defesa do ex-presidente nega. Fabio Wajngarten escreveu que nunca houve grampo “contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do Presidente”. 

Por meio de nota, a defesa da deputada federal disse que “Carla Zambelli novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar”. Zambelli classificou como “aleivosias e teratologias” mencionadas pelo hacker na CMPI do 8 de janeiro. “Observa-se que citada pessoa, como divulgado em diversas reportagens usa e abusa de fantasias em suas palavras. Suas versões mudam com os dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade”.  

A defesa de Carla Zambelli disse ainda que não teve acesso aos autos da investigação e que irá se manifestar assim que possível “justamente para desmerecer publicamente os embustes criados”.