Defesa

Flávio Bolsonaro sobre suspeita de favorecimento pela Abin: 'Completo absurdo'

O senador negou acusações e disse que há 'mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro';

Por Lucyenne Landim
Publicado em 25 de janeiro de 2024 | 12:28
 
 
 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou, nesta quinta-feira (25), ter sido favorecido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), alvo de investigações por espionagem ilegal. De acordo com a Polícia Federal (PF), o órgão utilizou um sistema de geolocalização, de forma irregular, para vigiar opositores do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

De acordo com o portal G1o sistema teria colaborado com a produção de provas para favorecer Flávio em investigações, como no caso de rachadinha. "É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", disse Flávio por meio de nota. 

"Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia", acrescentou o senador. 

Na manhã desta quinta, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Abin no governo Bolsonaro. Ao todo, teriam sido feitos 33 mil monitoramentos ilegais a partir da ferramenta FirstMile. Da lista, foram espionados 1,8 mil políticos, jornalistas, advogados, ministros do STF e outros adversários do governo do ex-presidente.

Operação desta quinta-feira tem Ramagem como alvo

Nesta quinta, a PF cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares de prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências da Polícia Federal ocorrem em Brasília (18), em Juiz de Fora (1), na Zona da Mata mineira, em São João Del Rei (1), na região Central de Minas, e no Rio de Janeiro (1). 

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito das fake news. A ação é uma continuação das investigações da operação Última Milha, que foi deflagrada em outubro do ano passado. Segundo a PF, as provas obtidas a partir das diligências executadas à época indicaram que o "grupo criminoso" criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços da agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático.

Conforme as investigações, ocorreram também proveitos pessoais para interferir em apurações da PF. Os investigados podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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