8 DE JANEIRO

Moraes vai incluir relatório da CPMI em inquéritos do STF, diz Eliziane

Relatora entregou o parecer ao ministro, no STF, e à PGR, e se disse otimista sobre o andamento das investigações

Por Levy Guimarães
Publicado em 24 de outubro de 2023 | 16:11
 
 
 
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A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro no Congresso, a senadora Eliziane Gama (PSD-MG), entregou o parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Procuradoria-geral da República (PGR) nesta terça-feira (24).

No STF, ao lado de outros parlamentares que integraram a CPMI, ela entregou o documento ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que investigam as invasões aos prédios dos Três Poderes.

Após o encontro, Eliziane disse que Morae se comprometeu a anexar o relatório aos inquéritos a outros inquéritos que ele conduz na Corte, como dos “atos antidemocráticos” e o das “milícias digitais”.

“O recebimento nos trouxe a certeza de que o conjunto de dados e informações que nós catalogamos ao longo dos últimos cinco meses, foram dados robustos e consistentes e que darão uma relativa contribuição à investigação em curso hoje por parte do Supremo”, disse a parlamentar.

Depois, ela se encontrou com a procuradora Elizeta Martins, que ocupa de forma interina o comando da PGR enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não indica o sucessor do ex-procurador-geral Augusto Aras. Também estava presente o subprocurador Carlos Frederico, que vem acompanhando as investigações sobre o 8 de Janeiro.

“Saímos com a certeza e a convicção de que realmente poderá haver a denúncia do Ministério Público a partir dos 61 indiciamentos que nós fizemos no relatório. Saio absolutamente otimista e certa de que nós receberemos, nos próximos dias ou semanas, a denúncia por parte do MPF”, disse.

Parlamentares presentes na reunião acreditam que em até um mês o Ministério Público Federal deverá dar uma resposta sobre os pedidos feitos no relatório de Eliziane.

Entre os 61 pedidos de indiciamento, está o do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado do cometimento de quatro crimes: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado com condutas dolosas, ou seja, praticados com intenção.

“Só teve o 8 de janeiro porque o presidente Bolsonaro não venceu a eleição e ele pregou, ao longo de todos os meses anteriores, de que haveria uma vulnerabilidade no sistema, sem entregar provas. Isso criou um sentimento na cabeça de muitas dessas pessoas que foram influenciadas de que esse não seria um resultado efetivo”, disse Eliziane na saída da PGR.

Ainda nesta terça, a senadora entregará o parecer à Controladoria-Geral da União.

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