O deputado federal Celso Sabino (União-PA) assumirá o Ministério do Turismo com a oficialização da saída de Daniela Carneiro, também do União Brasil, a ser feita nesta quinta-feira (6). Daniela entregará uma carta de demissão ao presidente.
A troca é vista como uma maneira de estreitar os laços entre o governo e a bancada do partido na Câmara dos Deputados, que mesmo ocupando três ministérios, não vinha entregado os votos esperados pelo Planalto nas votações.
O nome de Sabino foi uma indicação do líder do União Brasil na Câmara, o deputado Elmar Nascimento (BA), que já fez críticas públicas à articulação política do governo.
Além disso, Sabino é aliado próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que também tem adotado tom crítico à relação entre Planalto e Congresso. Nas redes sociais, ele já se referiu a Lira como "amigo irmão", em 2022, ao parabenizá-lo por seu aniversário.
Nascido em Belém (PA), em 29 de agosto de 1978, Celso Sabino é filho de Cipriano Sabino de Oliveira e Fátima Sabino de Oliveira. Ele é pai de quatro filhos e é casado com Érica Sabino de Oliveira.
Formou-se em administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA) e em direito pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA). Além disso, possui pós-graduação em Controladoria, Auditoria e Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e concluiu o curso de aperfeiçoamento em Gestão Pública Tributária pela Escola de Administração Fazendária (ESAF). Obteve doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidad del Museo Social Argentino (UMSA), na Argentina.
Sabino começou trabalhando na empresa de seu pai, a Sabino Oliveira Comércio e Navegação. Também foi auditor fiscal na Secretaria da Fazenda do Pará.
Iniciou a carreira política em 2010, ao se eleger como deputado estadual pelo Pará, pelo PR, cargo que cumpriu por dois mandatos. Em 2012, ocupou o cargo de Secretário Estadual na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (Seter).
Em 2013, filiou-se ao PSDB, partido onde passou a maior parte de sua trajetória pública, e concorreu ao cargo de deputado estadual pelo partido, exercendo um novo mandato entre 2014 e 2018. Durante o mesmo período, também assumiu a presidência do Instituto de Metrologia do Pará (IMETROPARA).
Em 2018, elegeu-se deputado federal pela primeira vez. Sabino chegou a ser investigado pela Operação Lava Jato, por ter sido citado na lista de receptores de verbas da Odebrecht na campanha de 2014. No entanto, a investigação não avançou.
Pelo PSDB, acumulou polêmicas e atritos. Foi o relator do pedido de expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG) da legenda, que era defendido pelo então governador de São Paulo, João Dória. Porém, no parecer, considerou os argumentos do pedido “ineptos”. Aécio era réu na Lava Jato, relativo à gravação em que pedia R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
Já no governo Jair Bolsonaro, Celso Sabino passou a ter proximidade com o então presidente da República. Em 2020, recebeu Bolsonaro no Pará, na inauguração das obras do Porto Futuro, e publicou uma foto em que aperta a mão do então mandatário.
Após a publicação, caciques do PSDB pediram a expulsão de Sabino da legenda por "violação ao estatuto e à ética partidária". Em 2021, foi alvo de novo processo de expulsão após anunciar que iria assumir o cargo de líder da Maioria na Câmara, sem a autorização do partido.
No mesmo ano, anunciou a desfiliação da sigla. Outra polêmica foi sua posição como relator da polêmica "PEC da Impunidade". Em 2022, presidiu a Comissão Mista de Orçamento (CMO), encarregada de analisar a lei orçamentária federal do ano seguinte, no Congresso Nacional.
Já neste ano, no governo Lula, Sabino votou a favor do novo arcabouço fiscal. No entanto, também foi favorável ao projeto do marco temporal das terras indígenas, uma das principais derrotas do Planalto na Câmara em 2023.