O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) exonerou nove servidores ligados à Secretaria Municipal de Governo no Diário Oficial desta sexta-feira (14/7). Todos os comissionados são ligados a vereadores da Câmara. Trata-se de um contra-ataque do chefe do Executivo, após 14 parlamentares assinarem um requerimento que pode autorizar a reabertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lagoa da Pampulha.
A primeira CPI terminou em pizza, após dois relatórios finais não receberem aprovação dos vereadores. O primeiro, de autoria do relator da comissão vereador Braulio Lara (Novo), foi rejeitado por 4 votos a 3. Já o segundo, que foi feito pela vereadora Flávia Borja (Progressistas), foi retirado da pauta por decisão da própria parlamentar, o que resultou numa investigação sem sequer um indiciamento.
Diante disso, alguns vereadores contrários ao resultado final apresentaram um novo requerimento para reabrir a CPI. Alguns deles, como Cleiton Xavier (PMN), tinham cargos na PBH e viram seus apoiadores serem demitidos da administração nesta sexta. “São servidores comissionados que não foram respeitados no trabalho que eles vinham fazendo com eficiência e qualidade. Todos eles eram extremamente competentes e elogiados. Agora, ficam desempregados por causa de perseguição política”, afirma o parlamentar.
Cleiton Xavier teve cinco pessoas ligadas ao seu gabinete exoneradas pelo prefeito nesta sexta. Elas ganhavam entre R$ 2,3 mil e R$ 4,7 mil, entre vencimentos, complementações e gratificações de dedicação exclusiva.
Outro vereador retaliado foi Jorge Santos (Republicanos). Ele não assinou o requerimento para reabertura da CPI, mas votou a favor do relatório do vereador Braulio Lara referente à primeira investigação. "Como votei a favor, veio essa retaliação. Recebi ligação das pessoas que estavam trabalhando na PBH. Elas estavam chorando. São cinco (exonerações ligadas a ele). São pais de família, Pessoas formadas e capacitadas, que indiquei para a prefeitura como indico para a Câmara e para empresas (privadas). Mas, ele é o patrão. Ele manda embora quem ele quiser", diz o político do Republicanos.
A reportagem fez contato com a Prefeitura de BH para saber os motivos das exonerações na versão do Executivo e aguarda retorno.