BRASÍLIA - O ex-chefe da comunicação do governo (Secom) e novo ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, negou as críticas sobre uma possível politização da catástrofe ambiental no estado e fez questão de destacar que caminha ao lado do governador Eduardo Leite (PSDB).
Em entrevista à Folha de S.Paulo publicada neste sábado (18), Pimenta insistiu na aproximação de sua imagem à de Leite dizendo que os dois têm “muito em comum" e atribuiu os comentários contrários a ruídos de pessoas que não conhecem o seu dia a dia e a rotina do estado.
“Nós temos muitas convergências, apesar de estarmos em partidos diferentes e termos referências sobre outras questões. Mas a minha relação com ele [Eduardo Leite] eu considero excelente, funcional, respeitosa, harmônica e extremamente positiva para o Rio Grande do Sul nesse momento”, afirmou o ministro.
A proximidade política dos dois seria tanta a ponto de fazer Pimenta acreditar que o governador do Rio Grande do Sul fez o L em 2022 e votou em Lula pra presidente. “Olha, eu votei nele [Leite] para governador. Eu era presidente do PT e o nosso apoio foi fundamental para que ele fosse eleito. E acredito, inclusive, que ele votou no mesmo candidato que eu para presidente da República", declarou.
Crise na Secom
A nomeação de Paulo Pimenta como representante do governo na reconstrução do Rio Grande do Sul é vista como uma forma de o Planalto não perder o controle da narrativa do apoio federal, ao mesmo tempo que fortalece a imagem do ministro no estado onde ele pretende disputar o governo em 2026.
Reeleito em 2022, Eduardo Leite não poderá tentar um novo mandato enquanto é apontado pela direção do PSDB como aposta tucana para enfrentar Lula na disputa pela Presidência da República.
Outra questão levantada com a saída de Pimenta da Secretaria de Comunicação é que o governo resolve também um problema no comando da pasta que vem recebendo críticas pelas quedas de popularidade nas pesquisas de avaliação do governo.