BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu um telefonema do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na manhã desta segunda-feira (18/8). A ligação, que durou cerca de 30 minutos, não estava inicialmente na agenda oficial do petista. 

Eles conversaram sobre a guerra na Ucrânia e a reunião entre o líder russo e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira (15/8), no Alasca. Segundo o Palácio do Planalto, Putin compartilhou informações sobre seu encontro com Trump, que avaliou como “positiva”.

“Após abordar os diversos temas discutidos com o presidente Trump, Putin reconheceu o envolvimento do Brasil com o Grupo de Amigos da Paz, iniciativa conjunta com a China”, informou o Palácio do Planalto. 

“O presidente Lula agradeceu o telefonema e reafirmou o apoio do Brasil a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Desejou também sucesso às continuadas negociações”, concluiu o governo. 

Após a reunião com Trump, na sexta-feira, Putin afirmou que a Ucrânia e seus aliados não deveriam “criar obstáculos à paz”. Também disse esperar que o governo de Zelensky “perceba tudo isso de forma construtiva” e não tente interromper “o progresso emergente por meio de provocações ou intrigas nos bastidores".

Nesta segunda-feira, Trump recebe, em Washington, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acompanhado de vários líderes da União Europeia, em busca de um avanço nas negociações pela paz com a Rússia.

Em sua política externa, Lula vem buscando priorizar a proximidade com os países-membros do Brics, como Rússia, China, Índia e África do Sul. O grupo é visto com reservas pelo governo Donald Trump, que já criticou iniciativas como a redução da dependência do dólar no comércio internacional e ameaçou taxar o Brics.