BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca em Assunção, no Paraguai, nesta segunda-feira (8), onde participa da reunião de cúpula do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Depois, na terça-feira (9), o petista cumpre agenda na Bolívia, onde vai se encontrar com o presidente Luis Arce e tratar sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida no mês passado.
Enquanto vários presidentes de nações ligadas ao Mercosul estarão presentes na reunião de cúpula, o presidente da Argentina, Javier Milei, informou que não vai comparecer no encontro. Ele será representado pela ministra de Relações Exteriores, Diana Mondino.
A ausência dele, inclusive, gerou um mal-estar diplomático. Lula e o presidente da Argentina não se encontraram oficialmente desde que Milei assumiu o comando do país vizinho, em dezembro passado. Ainda assim, os dois estiveram no G7, na Itália, no mês passado, como convidados e participaram da fotografia oficial com todos os líderes de Estado.
A novidade desta 64ª reunião de cúpula de chefes de Estados e nações associadas do Mercosul é a entrada da Bolívia como país-membro. O país sofreu um atentado de golpe de Estado por militares há dez dias e os oficiais envolvidos na intentona foram presos. O Brasil e os países do Mercosul condenaram o ataque à democracia boliviana.
Passagem de bastão
Ainda na cúpula, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, passará a presidência do bloco ao presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou. A cada seis meses o bloco é presidido por um país-membro. Antes do Paraguai, a presidência 'pro tempore' estava com o Brasil.
O governo petista tinha expectativa de selar acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que está emperrado há mais de 20 anos. Ao passar o bastão para Santiago Peña, Lula não escondeu sua frustração e culpou os europeus, sobretudos os franceses, por imporem cláusulas protecionistas.
Mercosul: quais são os países-membros e associados ao bloco?
O Mercosul foi criado em 1991 pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em 2006, foi aprovado a entrada da Venezuela, mas o país está suspenso desde 2017 por ruptura democrática.
Com o passar dos anos, alguns países do continente sul-americano ingressaram ao bloco como “Estados Associados”: Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.