BRASÍLIA - O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta terça-feira (9) que o 'mau gosto' do presidente argentino Javier Milei não prejudicará as relações entre Brasil e Argentina. Alckmin está no exercício da Presidência enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agendas oficiais no Paraguai e na Bolívia.

“Não afeta. São relações de Estado. O mau gosto do [Javier] Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado”, declarou Alckmin. As declarações de Alckmin seguem na mesma linha das falas do presidente Lula.

Na segunda-feira (8), durante uma coletiva de imprensa em Assunção, Paraguai, o petista comentou sobre a ausência de Milei na Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que ocorreu na mesma data.

"A ausência de Milei não atrapalha se o país está presente. Acho que quem perde, não comparecendo, não são os que vieram; é quem não veio. Quem não veio desaprende um pouco, quem não veio não sabe o que está acontecendo (...) Uma bobagem imensa um presidente de um país importante como a Argentina não participar do Mercosul. Triste para a Argentina", afirmou Lula.

Ainda durante a cúpula do Mercosul no Paraguai, Lula fez uma crítica velada ao governo de Milei, condenando o que chamou de "nacionalismo arcaico e isolacionista". A chanceler argentina Diana Mondino foi quem representou o presidente da Argentina no encontro.

Já Milei esteve no Brasil no fim de semana passado para discursar no CPAC, em Balneário Camboriú (SC), ao lado de Jair Bolsonaro (PL). No evento, ele afirmou que o ex-presidente, a quem chamou de "amigo", sofre "perseguição judicial" e ignorou Lula.

O petista também fez comentários negativos sobre a conferência conservadora CPAC: "É o tipo de reunião que não me interessa. Sinceramente, eu acho que no final das contas perder tempo com uma coisa de extrema direita é tão desagradável, é tão antissocial, é tão antidemocrático".

Nesta terça-feira (9), Lula cumpre agenda na Bolívia, onde se encontra com o presidente Luis Arce para discutir sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida no mês passado. Além disso, ele se reunirá com movimentos sociais e participará do encerramento do Foro Empresarial Bolívia-Brasil.