BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parte neste domingo (4) para o Chile, onde fica até terça-feira (6). De acordo com o governo brasileiro, a viagem “marca o lançamento de uma nova etapa da relação entre Brasil e Chile”, além de ser “um símbolo da reaproximação político-diplomática”. A previsão é a de que sejam assinados 17 acordos e tratativas entre os dois países em diversos temas. 


“Estamos querendo expandir a agenda bilateral para trabalhar no sentido de uma amizade sem limites, ou seja, que vai além dos temas econômicos e comerciais e caminha para temas como ciência e tecnologia, defesa da democracia e direitos humanos, inovação, educação e saúde. Temos uma agenda densa e que abrange vários aspectos e isso é importante", destacou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), na última semana, durante encontro com a imprensa.


O Ministério das Relações Exteriores informou que, dentre os acordos que serão oficializados, está o plano voltado para fomentar o turismo entre os dois países e a discussão sobre a parte logística do Corredor Bioceânico que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos do Norte do Chile. A estimativa é a de que a obra seja concluída em breve. 


Visita ao Chile ocorre em meio à repercussão do pleito na Venezuela


A viagem do presidente Lula ocorre em meio às cobranças de países para que o governo venezuelano divulgue as atas das eleições. Na última quinta-feira (1), Brasil, Colômbia e México destacaram o “chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”.


As manifestações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT sobre o pleito têm sofrido críticas. Na terça-feira (30), Lula disse que não considera “anormal”, "grave" ou "assustador" o processo eleitoral na Venezuela, que declarou a vitória do atual presidente Nicolás Maduro. A oposição contesta o resultado e acusa o governo de fraude. O PT divulgou um posicionamento para dizer que Maduro havia vencido as eleições “pacíficas, democráticas e soberanas”.


O texto assinado pelos três países ressalta a importância de que os números “desagregados” sejam conhecidos. “As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultado”.


Os governos citam ainda, na nota, a necessidade de manutenção da “paz social” ao mencionarem os protestos violentos que têm sido registrados desde o último domingo (28). “Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos”.