BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou, nesta quarta-feira (5), privatizar a Cemig. Atualmente, ele não tem autoridade sob a companhia de energia, que pertence ao governo de Minas Gerais, mas pode passar a ter caso o Estado confirme adesão ao Propag, programa que refinancia a dívida dos Estados com a União.

“Eu não quero comprar a Cemig para privatizá-la. Você acha que eu esqueci quando o [ex-governador] Itamar Franco colocou a polícia de Minas Gerais para enfrentar o Exército do Fernando Henrique Cardoso porque ele disse que ia privatizar a Cemig? Se a Cemig é um coisa muito importante para os mineiros, que fez com que o Itamar tomasse a posição que tomou, você acha que eu vou assumir a responsabilidade de adquirir a empresa para privatizá-la? Não vou”, disse, em entrevista a radialistas.

Um dos principais pontos do Propag é a possibilidade de os Estados repassarem ativos à União, como uma forma de abater parte da dívida. Entre esses ativos, podem constar empresas estatais, prédios públicos, créditos, dentre outros.

No caso de Minas Gerais, estariam incluídas empresas como a Cemig, a Copasa e a Codemig. Lula admitiu nesta quarta-feira que a companhia de energia pode ser federalizada, mas descartou uma venda para a iniciativa privada - ao contrário do governo Romeu Zema, que trata o tema como uma prioridade.

Além disso, o Propag propõe alternativas para reduzir os juros pagos pelos governos estaduais ao  prever investimentos nos próprios Estados, em áreas como educação, infraestrutura e saneamento, e depósitos em um Fundo de Equalização Federativa.