BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou solidariedade ao atacante Luighi, do Palmeiras, vítima de ataques racistas em partida contra o Cerro Porteño, do Paraguai, nesta quinta-feira (6), pela Copa Libertadores Sub-20.
Pelas redes sociais, Lula cobrou ações da Fifa, da Conmebol e da CBF, entidades que regem o futebol mundial, sul-americano e nacional, respectivamente, diante do caso.
“Todo apoio ao nosso jovem Luighi, do Palmeiras, vítima de ato racista no Paraguai. O futebol significa trabalho coletivo, superação e respeito. Racismo significa o fracasso da humanidade. Basta de ódio disfarçado de rivalidade”, publicou.
“O mundo não pode mais tolerar esse tipo de violência que fere a dignidade e a esperança da nossa juventude. A FIFA, a Conmebol e a CBF precisam agir e que os culpados sejam exemplarmente responsabilizados”, completou o presidente.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também comentou o episódio: “O choro de Luighi nos comove e indigna, o racismo nos desumaniza, nos fere e machuca nossa dignidade de ser e existir. Não há mais espaço para tolerar práticas criminosas como essa em ligas de futebol ou qualquer esporte no Brasil, América Latina ou no mundo”, disse.
Já o Ministério dos Esportes publicou uma nota oficial, em que manifesta “profunda indignação e repúdio aos atos”. A pasta afirma que irá exigir, junto à Conmebol, uma “investigação rigorosa do ocorrido e a aplicação das sanções cabíveis aos responsáveis, conforme as normas vigentes”.
O caso
Ao serem substituídos do jogo, os palmeirenses Figueiredo e Luighi foram surpreendidos com um gesto racista de um torcedor da equipe local. Mirando o atacante do Palmeiras que deixava o campo, um torcedor do Cerro imitou um macaco. O torcedor, flagrado pela transmissão, ainda carregava uma criança no colo.
Ainda na saída do campo, o palmeirense pediu para que o jogo fosse paralisado, mas o árbitro ignorou o pedido. Já no banco de reservas, o jovem atacante do Palmeiras não segurou as lágrimas.
No fim do jogo, abordado pela equipe de transmissão da partida, Luighi se posicionou. “Você não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo. Até quando a gente vai passar por isso? Até quando? O que fizeram comigo foi um crime. Você ainda vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso, a CBF, sei lá quem... Não ia perguntar sobre isso, né? O que fizeram comigo foi um crime. Aqui é formação. A gente tá aprendendo aqui”.