BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá que ficar todo o mês de julho em repouso absoluto, por isso cancelou agendas. Ele decidiu seguir orientação médica após uma consulta de emergência nesta terça-feira (1º).
A informação foi divulgada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, em rede social, com texto assinado por Jair Bolsonaro, que comunicou a suspensão dos compromissos marcados para Santa Catarina e Rondônia.
Mais cedo, Bolsonaro cancelou sua participação no evento de lançamento do PL60+ no Distrito Federal, na Câmara dos Deputados. O ex-presidente, que tem 70 anos, relatou crise de soluços e vômitos, “tornaram-se constantes”, o que o impedem até de falar.
Ainda na terça, os médicos Cláudio Birolini e Leandro Echenique divulgaram nota sobre a saúde de Bolsonaro. Eles dizem que o repouso é necessário para “garantir a completa recuperação de sua saúde após a cirurgia extensa e internação prolongada, episódio de pneumonia e crises recorrentes de soluços”.
Birolini e Echenique, que participaram do tratamento de Bolsonaro após a internação em abril, quando o ex-presidente passou 21 dias internado depois de se sentir mal em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.
Levado para o hospital DF Star, em Brasília, Bolsonaro passou pela sua sexta e mais longa cirurgia abdominal desde a facada sofrida na campanha eleitoral de 2018. A operação, que durou 12 horas, teve o objetivo de liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.
Contrariando recomendação médica, dias depois da alta, Bolsonaro participou de uma manifestação em Brasília, em 7 de maio. Em 20 de junho, passou mal durante uma agenda em Goiás e retornou a Brasília para exames.
Um dia antes, participou de uma agenda na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, pediu desculpas e disse que vomita “dez vezes por dia”. Segundo a equipe médica que o atendeu em Brasília, o ex-presidente estava com uma pneumonia.
No último domingo (29), o ex-mandatário comandou manifestação na avenida Paulista, em São Paulo. O ato mirou o Supremo Tribunal Federal (STF), com o lema “Justiça já”. Ele discursou por cerca de 30 minutos em um trio elétrico, sob sol forte. O evento durou mais de duas horas.
Bolsonaro enfrenta um julgamento no STF, sob acusação de liderar uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder mesmo após a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O caso entrou na fase decisiva, de alegações finais, e a expectativa na corte é que esteja pronto para ser julgado em setembro.