BRASÍLIA - Uma manifestação a favor da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo Alexandre de Moraes, reuniu centenas de pessoas em Brasília, neste domingo (20/7).

Chamado de “Caminhada pela Liberdade, o protesto foi convocado nas redes sociais pela senadora Damares Alves (PL-DF) e pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e ocupou uma das faixas do Eixão, na Asa Sul, região central da capital federal.

No ato, que durou pouco mais de duas horas, foram entoadas palavras de ordem contra o relator da ação penal que apura a suposta tentativa de golpe de Estado, como “fora Moraes” e “Moraes ditador”, além de gritos de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump ("presidente Trump, contamos com você") e contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ("a culpa é do Lula"). Houve, ainda, pedidos ao Congresso Nacional que interrompa o recesso e vote o projeto de anistia aos investigados pelo 8 de janeiro.

Os manifestantes carregavam faixas em inglês de protesto ao STF, criticando a imprensa e em apoio a Trump. Bandeiras de Israel e dos EUA também se fizeram presentes no ato.

“Esse é apenas o primeiro de muitos eventos que vão acontecer. Deixem a camisa de vocês sempre arrumadinha. Bandeira na janela, bandeira na porta, nós voltamos pra rua”, disse, em um megafone, a senadora Damares Alves.

A manifestação, que também foi convocada em outras capitais do país, ocorreu após um agravamento da situação jurídica de Bolsonaro com as medidas restritivas impostas por Moraes na última sexta-feira (18/7). O ex-presidente passou a usar tornozeleira eletrônica e deve se manter afastado de embaixadas e embaixadores, entre outras limitações.

As medidas contra Bolsonaro vêm na esteira da crise diplomática entre Brasil e EUA, com a imposição de tarifas de 50% por Trump sobre todas as exportações brasileiras. Governo e oposição disputam a narrativa sobre o cenário: enquanto Lula e os governistas criticam a família Bolsonaro, que está no centro da decisão do governo americano, bolsonaristas reiteram que o petista é o responsável pela decisão do governo americano.