BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, em despacho neste sábado (19/7), que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “intensificou as condutas ilícitas” após as medidas cautelares tomadas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na última sexta-feira (18/7).
Segundo informação do jornal O Globo, Moraes determinou que publicações de Eduardo nas redes sociais sejam incluídas no processo que investiga o parlamentar por atentado à soberania nacional, por suposta atuação junto aos Estados Unidos visando coagir ministros do STF.
"Após a adoção de medidas investigativas de busca e apreensão domiciliar e pessoal, bem como e imposição de medidas cautelares em face de Jair Messias Bolsonaro, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro intensificou as condutas ilícitas objeto desta investigações, por meio de diversas postagens e ataques ao Supremo Tribunal Federal nas redes sociais", escreveu Moraes.
Foram incluídos nos autos do processo links de publicações nas redes sociais e entrevistas dadas por Eduardo durante a sexta-feira. "Diante do exposto, determino a juntada aos autos das postagens e entrevistas realizadas pelo investigado nos links acima referidos", afirmou.
Após a operação da Polícia Federal (PF) em endereços de Jair Bolsonaro e do PL, Eduardo chamou Moraes de “ditador” e “gângster de toga”. À noite, agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, pela revogação do visto de ministros do Supremo.
“Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também - ou quem sabe até perderão seus vistos. Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime. De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir”, disse Eduardo em um de seus posts.
No processo, Jair e Eduardo Bolsonaro são investigados por:
- Coação no curso do processo (até 4 anos de prisão)
- Obstrução de investigação (até 8 anos)
- Atentado à soberania nacional (até 8 anos)
Se condenados pelas penas máximas neste caso, poderão pegar até 20 anos de prisão.