BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (4), que a Organização das Nações Unidas (ONU) vive um momento de insignificância perante alguns dos conflitos do mundo atual.

Em discurso na reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, no Rio de Janeiro, Lula voltou a classificar os ataques de Israel à Faixa de Gaza como um “genocídio” e criticou o que considera ser a falta de uma ação da ONU.

“Há muito tempo eu não via o mundo carente de lideranças políticas como nós temos hoje. Há muito tempo eu não via nossa ONU tão insignificante como ela se apresenta hoje. Uma ONU capaz de criar o Estado de Israel não é capaz de criar o Estado palestino. Não é capaz de fazer um acordo de paz para que o genocídio do exército israelense continue matando inocentes em Gaza”, disse.

O banco do Brics é presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, que esteve no evento. A partir do próximo domingo (6), Lula será o anfitrião da Cúpula do Brics, no Rio, que contará com a presença do secretário-geral da ONU, Antônio Guterres.

Em sua fala, Lula também fez críticas a políticas de austeridade recomendadas por órgãos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a países em desenvolvimento. Segundo ele, o modelo não deu certo em nenhum país do mundo.

“O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo. A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levaram os países a ficarem mais pobres. Porque toda vez que se fala austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje e que tem que mudar”, comentou.

Lula deve receber uma cúpula esvaziada no próximo domingo. Dos 11 países-membros do Brics, apenas cinco serão representados por seus chefes de Estado. O evento terá algumas ausências de peso, como o presidente da China, Xi Jinping. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participa por videoconferência.