BRASÍLIA - O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), afirmou nesta segunda-feira (7) que os Estados Unidos “só têm a ganhar” com o Brasil, após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar taxar em 10% os países que se alinharem ao Brics.

Alckmin voltou a dizer que o Brasil “nunca foi um problema” para os EUA no comércio exterior, devido ao superávit dos americanos na relação entre os dois países.

“O caminho é continuar o que está sendo feito, que é o diálogo, e buscar complementaridade econômica. Quero reiterar que o Brasil não é problema para os Estados Unidos. Os Estados Unidos têm déficit na sua balança comercial de mais de um trilhão de dólares, mas tem superávit comercial com o Brasil”, pontuou.

“E podemos crescer essa complementariedade econômica. Então o que nós defendemos é avançar no diálogo, como está sendo feito, e buscar mais alternativas para fortalecer o comércio exterior recíproco. Estados Unidos só tem a ganhar com o Brasil”, concluiu.

Entre as alternativas apontadas por Alckmin para ampliar o comércio com os EUA, estão as áreas agrícola, industrial, de serviços, combustíveis, energia e minerais estratégicos.

Também nesta segunda-feira, o ex-ministro Celso Amorim, principal assessor de Lula para assuntos de política externa, também minimizou as falas de Trump. Segundo ele, as ameaças do líder americano "não incomodam".

A declaração de Trump foi feita no último domingo (6), enquanto acontece, no Rio de Janeiro, a cúpula do Brics. Fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco, que hoje conta com 11 países-membros, reúne economias emergentes e busca ser uma alternativa às potências ocidentais.

“Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão", escreveu Trump em uma rede social.

O Brasil já é tarifado em 10% pelos Estados Unidos, no “tarifaço” anunciado por Donald Trump a dezenas de países. Já o aço e o alumínio brasileiros são taxados em 25% pelo governo americano.