A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, fez um discurso demarcando a importância da luta contra o racismo, fascismo e as violências de gênero e de raça durante a cerimônia de posse na pasta da Igualdade Racial.  E sinalizou que o racismo e antirracismo serão trazidos “para o centro do debate político brasileiro” e convidou a população brasileira a caminhar junto diante desse ideal. 

A ministra da Igualdade Racial lembrou a fala do presidente em seu discurso de posse, quando Lula, na ocasião, apontou que “o Brasil do futuro precisa responder às dívidas do passado". Em seguida colocou a pasta a serviço dos demais ministérios. “O compromisso da igualdade racial no Brasil não pode ser um compromisso apenas desse ministério”.  

Anielle Franco enfatizou que vai trabalhar para aumentar a presença de negros nos espaços de tomada de decisão do Governo e que vai lutar pelo aumento de cotas raciais. 

Ela listou os “trágicos” índices da população negra do país relacionados às taxas de encarceramento, violência policial, feminicídio e subempregos. “Não podemos ignorar que a raça e a etnia são determinantes para as desigualdades no Brasil”, criticou. “Afinal, que Estado de direito é esse que estamos falando? Não é essa democracia racial que queremos. Enquanto houver racismo, não haverá democracia”.  

A chefe da Pasta da saiu em defesa dos povos negros em seu discurso, assim como dos povos indígenas, corroborando a fala da sua colega Sônia Guajajara. Anielle relembrou sua trajetória e destacou a memória da irmã. Marielle Franco, vereadora do PSOL do Rio de Janeiro, foi assassinada em março de 2018 junto com o motorista Anderson Gomes. Os mandantes do crime ainda não foram identificados. 

Por fim, Anielle fez uma sinalização aos negros e não-negros. “Caminhem conosco”, até que um dia a população brasileira não vai mais chorar pela morte de uma mulher negra, assim como será “uma realidade” uma mãe não ter mais medo que o seu filho não irá voltar para casa diante da violência da população preta.

Ministério dos Povos Originários

Além de Anielle, tomou posse como ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara.

A solenidade teve que ser adiada para esta quarta-feira (11) devido aos ataques de vândalos e terroristas os prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).  

A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama, Rosângela da Silva, ministros de Estado, lideranças indígenas e negras. 

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