Os movimentos de “twerk e voguing” chamaram atenção no Em Prosa, primeiro encontro de mobilização da promoção da saúde no Brasil, ocorrido em Brasília dos dias 4 a 6 de outubro de 2023, organizado pelo Ministério da Saúde. Agora, informações obtidas pela reportagem de O TEMPO Brasília via Lei de Acesso à Informação (LAI) revelam o custo total do evento aos cofres públicos: R$ 1,3 milhão.

Esse valor inclui a polêmica performance da dança erótica, ao som da música Batcu, da drag queen Aretuza Lovi com a funkeira Valesca Popozuda, que culminou na exoneração do servidor responsável pelo evento, Andrey Roosewelt Chagas Lemos. Ele ocupava o cargo de diretor de Prevenção e Promoção da Saúde na ocasião.

Além disso, o valor milionário engloba outras apresentações artísticas, e gastos em administração, hospedagem, espaços físicos, alimentação, transporte, estrutura física, recursos humanos, material de consumo e expediente, além de passagens aéreas.

O evento, que durou apenas dois dias, com a participação de 277 pessoas de todo o Brasil, teve um custo total de R$ 1.358.687,53. As maiores despesas foram registradas em passagens aéreas, representando um montante de R$ 433.334,39. Além disso, a hospedagem, que ficou em R$ 110.721,48, e os espaços físicos, totalizando R$ 168.480,00.

Além disso, segundo o documento recebido pela reportagem, a alimentação do público custou R$ 169.185,00. Também se destacam os gastos com a estrutura física: R$ 326.313,60; material de consumo e expediente: R$ 72.705,00; taxa de administração: R$ 11.168,06; recursos humanos: R$ 58.530,00 e transporte R$ 8.250,00.

As apresentações artísticas totalizaram R$ 16 mil. Entre elas, Fabiana Cozza, que recebeu R$ 5.000,00, seguida pelas Sambadeiras de Rodas do Cerrado, que receberam R$ 3.500,00. Além disso, Jongo do Cerrado, Nzinga - Capoeira Angola, Casa ONIJA – Cultura e Arte Ballroom e Dança Charme - In the HOOD CEI foram pagos com valores equivalentes de R$ 2.000,00 cada. Por fim, Danças Circulares recebeu um montante de R$ 500,00. 

Saúde admitiu que apresentação foi ‘imprópria’

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou à época do evento ter sido surpreendida pelo episódio em que uma dançarina aparece rebolando ao som da música “Batcu”. Ele reiterou o “compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da pasta da Saúde e do Governo  liderado pelo presidente Lula”.

Após a ocasião, o ministério anunciou a criação de uma curadoria de eventos, vinculada ao gabinete da ministra, para avaliar as participações propostas em eventos oficiais. 

Entenda o evento

O Em Prosa teve como principal objetivo fomentar a implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) em colaboração com gestores de saúde de todo o Brasil. Isso foi feito através de discussões em quatro eixos fundamentais: apoiar a implementação da PNPS por meio do compartilhamento de ideias e experiências, promover um diálogo expandido, incentivar a gestão participativa e contribuir para a definição da agenda de territorialização da promoção da saúde no país.