O vice-governador e pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), disse que o governo federal informou, oficialmente, que não irá avaliar qualquer empresa estatal ou ativo do governo mineiro antes que o estado consiga aprovar os projetos de federalização na Assembleia. Na Assembleia, os deputados aguardavam saber os preços dos ativos antes de oferecê-los à União. Mas Simões diz que não pode esperar e quer pressa na tramitação dos projetos de lei relativos à adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que renegocia a dívida de Minas Gerais com a União.

“O governo federal, através da Secretaria do Desenvolvimento Nacional, nos informou que não apresentará aceite de prédio ou manifestação de interesse de prédio sobre nenhuma das empresas do Estado. Que as empresas devem ser oferecidas com a lei autorizativa a eles até o prazo previsto do decreto, que é 30 de outubro, portanto, nós estamos a pouco mais de 70 dias no final desse prazo. E depois que isso acontecer, eles vão analisar se eles têm ou não interesse”, relatou.

O vice-governador, que coordena o comitê do Propag, contestou os argumentos da oposição obstruir o processo. “Essa conversa que vem sendo nutrida na Assembleia, pela oposição, de que as empresas valem mais do que os R$ 34 bilhões, de que a gente consegue negociar com o governo federal um valor maior, essa conversa não se sustenta na manifestação do governo federal”.

Simões alerta que é preciso oferecer as empresas e, depois, quando for feita a avaliação de preço das companhias, o governo decide se vai oferecer tudo ou não. Para ele, a intenção é oferecer o mínimo dos R$ 34 bilhões que garantiriam uma melhor negociação com o governo federal.

“O governo Lula está tentando nos sequestrar, efetivamente. Agora, o que é absurdo e que beira a insanidade, é o governo Lula nos pressionar para entregar as leis aprovadas e a bancada do governo Lula em Minas Gerais nos atrapalhar no processamento dos projetos de lei. Então, o que eu preciso neste momento - e isso não é uma reclamação, é um pedido - é de colaboração da oposição para que ela pare de obstruir os trabalhos”, diz.

Nesta quarta-feira (13/8), Simões irá à Assembleia Legislativa conversar com os deputados pedindo aceleração na tramitação dos projetos que viabilizem a adesão ao Propag e que, de acordo com o governo federal, devem ser aprovados até 30 de outubro. Depois disso, entre 1° e 30 de novembro, o governo vai deliberar se tem interesse ou não, e só depois as empresas e ativos serão encaminhados ao BNDES para avaliação de valores.

Segundo Simões, se Minas não aderir ao Propag, a diferença de valores pagos até 2030, entre o Propag e o Regime de Recuperação Fiscal, ao qual Minas já faz parte, será de R$ 300 bilhões.