O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta segunda-feira (11), a demora dos líderes europeus em selarem o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, e que é preciso “chegar a um ponto de equilíbrio” para atender ambos os blocos econômicos.
“Nos próximos meses a gente tem que chegar num acordo: ou sim, ou não. Ou parar de discutir o acordo porque, depois de 22 anos [de negociações], ninguém acredita mais”, disse Lula à imprensa em Nova Delhi, na Índia, onde participou da reunião do G20. O petista retorna ao Brasil na noite desta segunda-feira.
O Brasil ocupa a presidência rotativa do Mercosul até o fim deste ano. “Estou com vontade de fazer o acordo enquanto eu sou o presidente do Mercosul”, declarou Lula. Ainda segundo ele, "existe ambiente político para que o acordo seja concluído", mas ressaltou que é “preciso chegar a um ponto de equilíbrio”.
Ainda na Índia, o presidente brasileiro teve encontro bilateral com o líder francês, Emmanuel Macron, no último domingo (10). Na ocasião, Lula afirmou que o Mercosul “está pronto para concluir o acordo” com a União Europeia o mais rápido possível e que “espera uma postura clara dos europeus”.
Negociado entre os dois blocos desde 2001, o acordo está em fase de conclusão, mas segue travado por resistência dos sul-americanos à possibilidade de os europeus imporem sanções a produtos agrícolas provenientes de áreas desmatadas.
No encontro com Macron, Lula enfatizou que o Mercosul “não aceita” posturas como a carta em que a União Europeia faz as exigências. Em junho deste ano, quando também esteve com Macron na Itália, ele classificou como "inaceitáveis" os termos adicionais propostos pela UE.