O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou neste sábado (21) que "é chegado o momento de pôr um ponto final a esse derramamento de sangue" na guerra entre Israel e Hamas. O chanceler falou antes de participar da cúpula convocada pelo Egito para discutir a crise humanitária provocada pelo conflito no Oriente Médio.
É Vieira quem representa o Brasil no evento, que acontece neste sábado na capital egípcia, Cairo. Também participam, além de Brasil e Egito, representantes de Jordânia, Catar e Turquia, de outros países do Oriente Médio e da Europa.
"Não é possível mais que continue com uma carência absoluta de todos os víveres, de todos os bens de primeira necessidade, até de água. Precisamos discutir essa questão antes que a situação se transforme num problema humanitário de maior volume ainda. A expectativa é que se crie uma consciência de que é chegado o momento de pôr um ponto final a esse derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo mundo", disse sobre a mensagem defendida pelo Brasil na cúpula.
O chanceler brasileiro declarou a expectativa por um acordo humanitário depois do tema não avançar no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), que tem a presidência do Brasil neste mês de outubro.
“Eu venho ao Cairo por instrução do presidente Lula para representá-lo nesta importante conferência que está sendo promovida pelo governo egípcio para se discutir a questão da guerra no Oriente Médio e, sobretudo, para trazer a mesma mensagem que nós apresentamos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, que é chegar no momento de se tomar medidas de ajuda humanitária para aliviar o sofrimento do povo de Gaza”, frisou.
A proposta brasileira no Conselho de Segurança da ONU citava, entre outros pontos, “os ataques terroristas atrozes do Hamas que ocorreram em Israel a partir de 7 de outubro de 2023 e a tomada de reféns civis”. Além disso, incentivava "o estabelecimento de corredores humanitários e outras iniciativas para a entrega de ajuda humanitária a civis”.
Doze países foram favoráveis à resolução, como China e França. Rússia e Reino Unido se abstiveram, enquanto os Estados Unidos vetaram contra. Uma das justificativas utilizada pelo governo americano para o veto foi a de que o país ficou "desapontado" por o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel em meio ao conflito. A explicação foi dada pela embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.