Por recomendação médica e sentindo dores no quadril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou duas viagens que faria na próxima semana a São Paulo e Minas Gerais para lançar o Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).  

As agendas estavam marcadas para ocorrer na próxima segunda-feira (25) na capital paulista e na quarta (27) em Belo Horizonte, e foram adiadas. Elas foram tratadas como os principais compromissos públicos do petista antes da cirurgia, cujo tratamento vai durar cerca de seis semanas.  

A ideia é que ele poupe energia e se resguarde para cirurgia que fará na próxima sexta-feira (29). O procedimento médico a que será submetido, chamada artroplastia do quadril, substitui a articulação “doente” por uma prótese artificial. 

Mudança de planos e agenda incerta 

Em BH, o governo federal tinha reservado o lançamento a nível nacional do PAC Seleções, cujo edital, estimado em R$ 136 bilhões, visa fomentar investimentos nas cidades e obras inacabadas nos municípios. Com o cancelamento da agenda em Minas, Lula fará o anúncio da nova etapa do PAC na próxima quarta-feira (27) no Palácio do Planalto.  

De olho nos dois maiores colégios eleitorais do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só deve pisar em São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, para lançar o Novo PAC após a recuperação da cirurgia no quadril. 

“É ordem do presidente. PAC em Minas e em São Paulo ele estará pessoalmente”, contou sob reserva interlocutores do Palácio do Planalto. 

O petista delegou aos auxiliares viajar pelo país para lançar o programa em todas as unidades da federação. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, está incumbido dessa tarefa. Nessa semana ele já esteve em Mato Grosso e Goiás representando o Palácio do Planalto. Segundo interlocutores, para Minas Gerais será anunciado cerca de R$170 bilhões 

 

Lula ainda não pisou em Minas em 2023 

Desde que assumiu a Presidência da República, Lula nunca cumpriu agenda em Minas Gerais me 2023. O segundo maior colégio eleitoral do país, que foi fundamental para o petista vencer o último pleito, repetiu nas urnas o cenário nacional de polarização. Ele recebeu 50,8% dos votos válidos, ante 49,2% de Jair Bolsonaro (PL). Em números absolutos, Lula registrou mais de 6 milhões de votos (6.190.960 ).   

Zema e Lula no mesmo palanque 

A agenda em Minas colocaria Lula e o governador do Estado Romeu Zema (NOVO) no mesmo palanque. A assessoria de imprensa do mineiro afastou a especulação de que ele não compareceria no evento com o mandatário. Auxiliares de Zema contaram à reportagem que “o convite oficial cravando o evento não veio, porque ele foi cancelado”.  

Ainda assim, o governo de Minas sabia da agenda desde o início, a cerca de um mês, a partir do momento em que a equipe de Rui Costa entrou em contato com o Palácio Tiradentes.  

Adversários políticos 

No último pleito, os dois adversários políticos evitaram se contra-atacar para não perderem votos. Isso porque, as pesquisas de intenção de votos apontavam o fenômeno “LuZema”, o que acabou se comprovando nas urnas. Os eleitores mineiros reelegeram Zema ainda no primeiro turno.  

Não seria a primeira vez que o petista e o governador mineiro se encontrariam. Ambos já estiveram juntos quando Lula convocou reunião emergencial com os governadores dos Estados mais Distrito Federal após os atos do dia 8 de janeiro, bem como quando convocou uma segunda reunião para colher os pleitos prioritários de obras dos chefes do Executivo estadual. Ambos os compromissos ocorreram em janeiro no Palácio do Planalto.