BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou os três ministros da cota do União Brasil para uma reunião, no Palácio do Planalto, na noite desta terça-feira (29/7). A reunião com os ministros Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração Nacional) e Frederico Siqueira (Comunicações) aconteceu fora da agenda oficial do petista.
Responsável pela articulação política do governo, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também participou. A reunião serviu para discutir a relação entre a legenda e o governo federal.
Uma das principais bancadas do Centrão no Congresso Nacional, o partido vem tendo um alinhamento crescente com a oposição, mesmo sendo um dos que têm mais cargos na Esplanada dos Ministérios. Além disso, o União Brasil estuda lançar a candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à presidência da República em 2026.
A federação formada com o PP foi mais um passo no afastamento do governo Lula. O Partido Progressista, comandado pelo senador Ciro Nogueira (PI), aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, também deve se alinhar a uma candidatura de oposição ao Planalto nas próximas eleições.
Internamente, as duas siglas discutem qual será o melhor momento para entregar os cargos que possuem no governo. O PP comanda o Ministério dos Esportes, através de André Fufuca. Um cenário tido como provável por integrantes da federação é que o desembarque oficial aconteça neste semestre.
O cenário foi reforçado pelo líder do União Brasil no Senado, Efraim Filho (PB). Na semana passada, ele participou de um evento ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que anunciou apoio à sua pré-candidatura ao governo da Paraíba. Em entrevista à rádio CBN João Pessoa, o parlamentar comentou sobre as indicações que possui no governo Lula.
“Os cargos estão à disposição. São duas pessoas, duas indicações aqui na Paraíba, na Codevasf e nos Correios. São cargos técnicos, nem são políticos. O mesmo governo que nomeia é o mesmo que exonera”, disse.
No evento com Michelle, Efraim fez novos acenos ao bolsonarismo ao classificar como “inadmissível” as medidas cautelares tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por outro lado, Lula mantém uma boa relação com o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), a quem considera ser um aliado. Os ministros do União Brasil com cargo no governo também já indicaram apoio à reeleição do petista, além de quadros do partido em alguns estados do Nordeste.