BRASÍLIA — O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, nesta segunda-feira (21), os interrogatórios dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, que são apontados pela Polícia Federal (PF) como os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco no atentado que também resultou na morte do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

O ex-policial militar Ronnie Lessa é réu confesso do assassinato. Em acordo de delação premiada ele revelou que o crime foi cometido a mando dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, sendo o primeiro ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e o segundo deputado federal. 

Outros três réus também serão interrogados nessa ação penal: 

Rivaldo Barbosa: o delegado de Polícia Civil do Rio teria arquitetado o atentado contra Marielle Franco em parceria com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, segundo a Polícia Federal concluiu em inquérito. Ele também teria atuado para desviar as investigações e impedir que elas chegassem aos mandantes. 

Ronaldo Paulo Pereira: major da Polícia Militar era encarregado de obter informações sobre a rotina de Marielle Franco e monitorá-la, conforme consta na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Foi ele quem decidiu o local e o horário onde o atentado ocorreria. 

Robson Calixto Fonseca: o "Peixe" trabalhou como assessor de Domingos Brazão no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio e recebia salário de R$ 27 mil. Lessa indicou que Peixe foi quem providenciou a submetralhadora HK MP5 usada para matar a vereadora e o motorista. Também disse que Calixto Fonseca agia como "segurança" de Brazão. 

A série de depoimentos começa às 13h desta segunda-feira, e o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, dá continuidade aos interrogatórios em sessões até sexta-feira (25). Primeiros serão ouvidos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão, e em seguida depõem Rivaldo Barbosa, Ronald Paulo Pereira e Robson Calixto Fonseca. 

Esses cinco são réus pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes há quatro meses por decisão da Primeira Turma do STF, que acatou a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os irmãos Brazão respondem por homicídio e organização criminosa. Rivaldo e Robson são réus por homicídio, e Calixto Fonseca responde por organização criminosa.