BRASÍLIA. A Polícia Federal fez uma operação, na manhã desta sexta-feira (31), para prender dois homens suspeitos de praticar “violentas ameaças” a familiares do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram cumpridos outros cinco mandados de busca e apreensão.
As prisões são preventivas e ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os dois são irmãos e ainda prestarão depoimento à PF.
A investigação teve início em abril, quando o STF começou a receber mensagens anônimas por e-mail. Os suspeitos teriam afirmado saber o itinerário feito pela filha de Moraes e insinuaram que poderiam usar bombas.
As prisões ocorreram a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda coleta provas e evidências na investigação. Os suspeitos são investigados pelos crimes de ameaça e perseguição ("stalking"), além de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
No pedido, o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, afirma que “o conteúdo das mensagens, com referências a ‘comunismo’ e antipatriotismo’, evidencia com clareza o intuito de, por meio das graves ameaças a familiares do ministro Alexandre de Moraes, restringir o livre exercício da função judiciária pelo magistrado do Supremo Tribunal Federal à frente das investigações relativas aos atos que culminaram na tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito em 8/1/2023”.
Um dos irmãos presos, Raul Fonseca de Oliveira, detido no Rio de Janeiro, é fuzileiro naval e 2º sargento da Marinha. Devido a isso, militares da Marinha também participaram da operação da PF. O outro detido foi Oliveirino de Oliveira Junior.
No entendimento de Gonet, há “provas suficientes da existência do crime e indícios razoáveis de autoria, já abordados, que vinculam Raul Fonseca de Oliveira e Oliveirino de Oliveira Junior aos fatos. A gravidade das ameaças veiculadas, sua natureza violenta e os indícios de que há monitoramento da rotina das vítimas evidenciam, ainda, o perigo concreto de que a permanência dos investigados em liberdade põe em risco a garantia da ordem pública. A medida é, assim, proporcional, ante o risco concreto à integridade física e emocional das vítimas”.