BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, votou nesta sexta-feira (21) para acatar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornar Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Indio, réu pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-assessor parlamentar do Senado é acusado de participar das invasões das sedes dos Três Poderes. Em suas redes sociais, ele publicou vídeos do lado de fora do Congresso Nacional, onde trabalhou, no momento das depredações.
O julgamento ocorre em plenário virtual na Primeira Turma do STF, onde os ministros registram seus votos eletronicamente, e deve ser concluído até o dia 28 de fevereiro.
De acordo com o parecer de Moraes, Leo Indio deve responder por cinco crimes: golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O ministro destacou que o réu não apenas participou das manifestações, mas também "instigou e colaborou ativamente" nos atos de vandalismo contra os Três Poderes. "O denunciado, conforme narrado na denúncia, não só participou das manifestações como também contribuiu diretamente para os danos causados no dia 8 de janeiro", afirmou Moraes.
PGR acusa Leo Indio de participar de atos em acampamento
A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Leo Indio esteve presente nas invasões e que registrou e divulgou imagens da sua participação nas redes sociais. Além disso, o órgão o acusa de ter se envolvido em manifestações em acampamentos montados por apoiadores do ex-presidente após a derrota nas eleições de 30 de outubro de 2022.
A defesa do acusado, por sua vez, nega as acusações e argumenta que ele estava apenas em uma manifestação pacífica, que acabou se transformando em um tumulto inesperado.
Apesar de descrever nas redes sociais como "sobrinho do Bolsonaro", o parentesco de Leo com o ex-presidente, na verdade, é mais distante: ele é filho de uma irmã de Rogéria Nantes, a primeira mulher do ex-presidente e mãe de Flávio, Carlos e Eduardo, os filhos mais velhos de Jair.
O julgamento está sendo realizado na Primeira Turma do STF, no plenário virtual, e deve ser concluído até o dia 28 de fevereiro.