BRASÍLIA — O ministro Gilmar Mendes pediu vista nessa sexta-feira (28) e suspendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do recurso apresentado pela defesa do jogador Robinho para tirá-lo da prisão. 

A análise do pedido ocorre no âmbito do plenário virtual, quando os votos são depositados no sistema online do STF, sem discussão entre os ministros. Antes da interrupção do julgamento, o relator, ministro Luiz Fux, e o ministro Alexandre de Moraes já tinham votado para manter a prisão. 

A defesa de Robinho recorre ao Supremo Tribunal Federal contra a pena de nove anos de prisão aplicada a ele pela Justiça italiana por estuprar uma mulher em uma boate de Milão. O crime ocorreu em 2013, e, em março de 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou a sentença da Itália, permitindo o cumprimento da pena no Brasil. 

Os advogados recorreram ao STF contra o entendimento do STJ, mas, em novembro, a Corte rejeitou os pedidos e manteve a decisão do Tribunal Superior — e a prisão de Robinho. 

Fux vota para manter prisão de Robinho 

O relator do processo no STF, ministro Luiz Fux, votou pela rejeição do recurso apresentado pela defesa de Robson de Souza, mantendo a prisão do jogador. O ministro Alexandre de Moraes, segundo a se manifestar no plenário virtual, acompanhou o relator. Em seguida, nessa sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes pediu vista — mais tempo para analisar o recurso, o que levou à suspensão do julgamento por período indeterminado. 

Em seu voto, Fux sustentou que os advogados usaram um instrumento inapropriado, os embargos de declaração, que, segundo ele, não podem ser usados para recorrer de posição majoritária. "Verifica-se, portanto, da leitura do acórdão, e pelas próprias razões recursais, que o embargante tenta, pela via imprópria, rediscutir tema que já foi objetov de análise", argumentou.