BRASÍLIA - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares que restringem suas atividades. A ordem foi assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que autorizou, ainda, agentes da Polícia Federal (PF) a cumprirem mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília.

Medidas cautelares diversas da prisão são alternativas à prisão preventiva. Ou seja, são ações impostas a um investigado para evitar riscos, como obstrução da justiça ou até fuga, quando há indícios de prática ou participação em um crime.  

Além do uso de tornozeleira eletrônica, Bolsonaro não poderá usar suas redes sociais, plataforma que utiliza principalmente para falar com sua militância. Ele não poderá sair de casa entre 19h e 6h, e em nenhum horário em fins de semana e feriados. O ex-presidente mora no bairro Jardim Botânico, localizado a cerca de 20 minutos do centro do Brasília.

As cautelares ainda proíbem Bolsonaro de se aproximar de embaixadas ou de manter contato com embaixadores ou diplomatas estrangeiros. Outra medida restritiva o impede de se comunicar com outros réus e investigados pelo STF.  

De acordo com o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), essa última imposição inclui o contato, inclusive, dele e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) com o pai. Isso, porque os dois também estão sob investigação - Eduardo, por buscar punições nos Estados Unidos a autoridades brasileiras que conduzem investigações contra sua família. O entendimento é a articulação fere a soberania nacional. 

Agentes da PF estiveram no início da manhã desta sexta-feira (18) na casa de Bolsonaro e na sede do PL, onde ele ocupa um gabinete como presidente de honra do partido. A operação foi confirmada pela instituição, mas o processo vinculado no STF está sob sigilo. 

A defesa do ex-presidente disse, por meio de nota, que "recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário". "A defesa irá se manifestar oportunamente, após conhecer a decisão judicial", diz o comunicado.