BRASÍLIA – Réu por tentativa de golpe de Estado e preso preventivamente desde 2023, o coronel da reserva Marcelo Câmara terá de encarar, nesta quarta-feira (13/8), o ex-colega de trabalho que delatou um plano para reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid ficam frente a frente a partir das 11h30 em uma acareação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF).

O depoimento conjunto foi autorizado após divergências entre os relatos dos dois sobre a atuação no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem serviram como ajudantes de ordem.

A defesa de Câmara pediu o encontro para confrontar pontos que considera contraditórios nas declarações de Cid. Entre eles, a acusação de que o coronel teria acessado minutas de teor golpista no Palácio da Alvorada, monitorado autoridades como Moraes, Lula (PT) e Geraldo Alckmin, e mantido articulações com integrantes do chamado “núcleo do golpe”, incluindo o influenciador Rafael Martins de Oliveira, o “kid preto”.

Cid já passou por acareação com outro militar

Essa será a segunda acareação de Cid em menos de dois meses. Em 24 de junho, ele esteve frente a frente com o general quatro estrelas Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice de Bolsonaro, em encontro marcado por troca de acusações.

Segundo a Polícia Federal, Câmara integrava o “núcleo 2” do plano golpista, responsável por ações de inteligência que embasariam medidas para impedir a posse de Lula. Ele nega todas as acusações.

Prevista no Código de Processo Penal, a acareação é um instrumento para resolver contradições e permitir que investigados ou testemunhas se confrontem diretamente.