BRASÍLIA – O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) passou mal após ser informado da prisão domiciliar do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (5/8). 

Carlos foi atendido na noite desta segunda-feira, em um hospital na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, segundo sua assessoria. Ele apresentou alterações nos exames cardiológicos após episódio de pressão arterial elevada. Por orientação médica, foi internado.

No domingo (3/8), Carlos Bolsonaro participou da manifestação em Florianópolis (SC), estado onde deve se lançar ao Senado no próximo ano. Carlos mantém em seu perfil no X uma foto do pai discursando por telefone para manifestantes no domingo. A postagem foi citada por Moraes na decisão que comunicou a prisão domiciliar do ex-presidente.

Para Moraes, Bolsonaro violou a medida cautelar que o proibia de usar as redes sociais, inclusive por meio de terceiros, ao participar remotamente de manifestações contra o STF no último domingo. Apoiadores foram às ruas em diferentes cidades.

Ele discursou em Copacabana pelo celular do filho Flávio Bolsonaro  (PL-RJ) e teve a imagem pelo celular exibida também em São Paulo pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), além da postagem de Carlos Bolsonaro.

O ministro do STF apontou descumprimento deliberado por Bolsonaro das medidas restritivas, a última vez durante os atos realizados no domingo. Além da prisão domiciliar, Moraes determinou a apreensão dos celulares de posse do ex-presidente, que é réu em ação penal acusado de liderar um plano de golpe de Estado no após a eleição de 2022. 

Na decisão o ministro afirmou que “agindo ilicitamente, o réu Jair Messias Bolsonaro se dirigiu aos manifestantes reunidos em Copacabana, no Rio de Janeiro, produzindo dolosa e conscientemente material pré-fabricado para seus partidários continuarem a tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, tanto que, o telefonema com seu filho, Flávio Nantes Bolsonaro, foi publicado na plataforma Instagram”.

O ministro também escreveu em sua decisão que “o réu Jair Messias Bolsonaro realizou ligação telefônica, por chamada de vídeo, com seu apoiador político e deputado federal Nikolas Ferreira, demonstrando o desrespeito a decisão proferida por esta Suprema Corte, em razão do claro objetivo de endossar o tema da manifestação de ataques ao STF”

Para o ministro, houve uma “atuação coordenada dos filhos de Jair Messias Bolsonaro a partir de mensagens de ataques ao Supremo Tribunal Federal, com o evidente intuito de interferir no julgamento da AP 2.668/DF (ação penal do golpe)”.

Os advogados do ex-presidente criticaram a decretação da prisão domiciliar. Celso Vilardi, Daniel Tesser e Paulo Cunha Bueno assinam nota contestando que Bolsonaro descumpriu as medidas cautelares impostas a ele pela Corte e prometem recorrer da prisão domiciliar.

“A defesa foi surpreendida com a decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro não descumpriu qualquer medida”, afirmam. Eles argumentam que todas as determinações foram seguidas à risca e pontuam que a participação de Bolsonaro nos atos de domingo por ligação de vídeo não desrespeitam as restrições.