decisão do STF

Allan dos Santos tem sigilo quebrado por indícios de lavagem

Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilo com base nas investigações da PF sobre a monetização do canal Terça Livre

Por FERNANDA VALENTE
Publicado em 21 de outubro de 2021 | 18:48
 
 
 
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Um dia após mandar prender, extraditar e bloquear as contas bancárias e em redes sociais do blogueiro Allan dos Santos, o ministro Alexandre de Moraes também autorizou a quebra de sigilo de algumas informações do canal Terça Livre. 

Para tomar a decisão, do dia 6 de outubro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a narrativa da Polícia Federal sobre os indícios da prática do crime de lavagem de dinheiro.

As investigações apontam que Allan dos Santos integra uma organização criminosa com foco em divulgar notícias falsas para obter vantagem econômica com a monetização e doações para o canal.

O ponto de contradição, e que chamou a atenção da PF, é que o blogueiro disse à CPMI das Fake News que não recebe nenhuma monetização via Google. Os dados investigados mostram que o dinheiro recebido pelo canal através de monetização eram remetidos para uma empresa localizada no exterior.

Dois terços da renda do blogueiro vem da doação feita nos serviços fornecidos pelas plataformas de internet. Ainda segundo a PF, ele pode ter tentado “ocultar ou dissimular a natureza, origem, movimentação ou propriedade de valores decorrentes da atividade criminosa, por meio da utilização de serviços de doação das plataformas da rede mundial de computadores”.

Com todos esses fatores, Moraes determinou que o Google forneça a lista da lives feitas pelo Terça Livre, com as respectivas doações, IPs e dados cadastrais dos doadores por transmissão.

Também será necessário apresentar os dados cadastrais das contas dos doadores, como o IP de criação da conta com horário, além de e-mail, nome e método de pagamento vinculado a conta.

Pedido de prisão

A PF pediu a prisão preventiva de Allan dos Santos apontando a prática frequente de crimes, dentre eles: ameaça, crimes contra a honra, incitação à prática de crimes, e organização criminosa.

Ele está nos Estados Unidos, para onde se mudou após ser investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos. Moraes atendeu o pedido da PF e também acionou o Ministério da Justiça para pedir a extradição. A partir de agora, o nome de Allan dos Santos pode ser incluído na ‘difusão vermelha’ da Interpol, a lista internacional de procurados.

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