O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu esclarecimentos ao desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sobre a suposta ordem de prisão emitida por ele contra o advogado Rodrigo Tacla Duran, que prestaria depoimento e prometeu apresentar provas que implicariam o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Malucelli é pai de um sócio de Moro, que também seria namorado da filha do ex-juiz. Por isso, o CNJ foi acionado para apurar se houve alguma falta disciplinar por parte do desembargador no episódio.

O pedido foi feito pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, nesta sexta-feira (14), de acordo com informações do portal "G1". Ele deu um prazo de cinco dias para que tanto Malucelli quanto o juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal em Curitiba, prestem esclarecimentos.

Após a polêmica, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que havia avocado o caso para si, o desembargador negou ter determinado nova prisão de Tacla Duran. Contudo, o próprio TRF-4 havia divulgado a informação, inclusive com trechos da decisão de Marcelo Malucelli. A informação, contudo, desapareceu depois do site do tribunal.

Para o corregedor nacional de Justiça, "todo esse cenário pode sugerir, em linha de princípio, alguma falta funcional com repercussão disciplinar por parte do desembargador Marcelo Malucelli, o que exige a atuação desta Corregedoria Nacional de Justiça, para melhor compreensão dos fatos narrados".

Rodrigo Tacla Duran, que chegou a ser alvo de pedido de prisão por parte de Sergio Moro da Lava Jato, acusa Moro e Deltan Dallagnol de extorsão durante o processo. Ele afirma que foi alvo de perseguição por não aceitar pagar propina para ficar livre de um pedido de prisão. Tanto Moro quanto Dallagnol negam peremptoriamente qualquer irregularidade.

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