Judiciário

Dono de ex-afiliada da Jovem Pan, alvo de ação da PF ironizou chance de prisão

Milton de Oliveira Júnior admitiu no ar ter financiado atos do dia 8 de janeiro, que culminaram com invasão e depredação em Brasília

Por O Tempo Brasília
Publicado em 27 de junho de 2023 | 09:13
 
 
 
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O empresário Milton de Oliveira Júnior, alvo de mandado de busca e apreensão nesta terça-feira (27) na 13ª fase da operação Lesa Pátria, ironizou, em abril, a possibilidade de ser preso, ao admitir que financiou os atos do dia 8 de janeiro. Na ocasião, as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidas e depredadas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta terça, Milton foi alvo de busca, mas não de prisão como havia cogitado em abril. A fala, na época, gerou o desfiliação de sua emissora da rede da Jovem Pan.

Ao se referir ao posicionamento da deputada federal Simone Marchetto (MDB-SP), que se mostrou contrária na época à instalação da CPMI do 8 de janeiro, Milton admitiu o financiamento dos atos. "Eu contribuí, deputada. Eu contribuí. Entrego o recibo para a senhora. Não tenho medo de assumir o que eu faço. Está lá", afirmou na ocasião.

Depois, complementou: "Se eu tiver que ser preso porque ajudei patriotas a irem para Brasília fazer protesto contra um governo ilegítimo, que eu seja preso. Não há problema nenhum. Temos que assumir os compromissos que fazemos. Não tenho medo da Justiça. Eu contribuí, deputada. Se a senhora quiser, eu mando no seu WhatsApp os recibos de Pix. Está tudo no meu CPF", afirmou.

Naquele mesmo dia, a Jovem Pan anunciou o rompimento do contrato com a afiliada de Itapetininga, alegando que houve episódio que "expõe a marca" e "viola cláusulas" do acordo entre as partes.

Em nota nesta terça-feira, a Jovem Pan voltou a se manifestar sobre o epísódio. Veja a íntegra do comunicado:

"A Jovem Pan esclarece que o empresário Milton Oliveira não faz mais parte do grupo de afiliados da Rede Jovem Pan, desde 20 de abril deste ano. O contrato com a DPV Limitada, empresa que administrava a Jovem Pan Itapetininga, foi rompido de imediato, por iniciativa do Grupo Jovem Pan, logo após a fala do radialista que usou o espaço da programação local da afiliada para manifestar apoio aos atos criminosos de oito de janeiro e para declarar ter apoiado financeiramente os protestos que levaram à depredação em Brasília.

O Grupo Jovem Pan reforça a posição em defesa da democracia e do Estado de Direito, razão pela qual se viu obrigado a adotar medidas legais contra o empresário Milton Oliveira com o objetivo de preservar a credibilidade de uma empresa que tem 80 anos de história na radiodifusão".

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