Em ofício enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (10), o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, voltou a defender as propostas feitas sobre o processo eleitoral e reclamou que as “Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas”. 

A manifestação é uma tréplica e vem na esteira de insatisfação com a condução da Comissão de Transparência das Eleições do TSE. Episódios de desgaste entre a pasta e o tribunal vem aumentando constantemente.

As Forças Armadas, que integram a comissão a convite do tribunal, apresentaram em março sugestões sobre sete temas, dentre eles o nível de confiança do teste de integridade, a fiscalização, auditoria e outros procedimentos nas urnas. 

Pouco depois, em maio, o presidente do TSE, ministro Edson Fachin, divulgou as recomendações do Ministério, assim como as respostas técnicas do tribunal rejeitando os tópicos.

Agora, o general reclamou que "ainda não foi possível concretizar a discussão técnica", mas jogou a responsabilidade para o TSE. Nogueira disse que o tribunal tem sinalizado que não pretende aprofundar o debate. 

Ele falou novamente teste público de segurança (TPS) a partir da informação de que 39% das urnas (224.999 das 577.125) que serão usadas nas eleições de 2022 não passaram pelo teste. O questionamento é específico sobre o modelo de urna "UE2020". 

“Qualquer sistema eletrônico demanda uma contínua atualização, razão das novidades tecnológicas e da evolução das ameaças”, afirmou. O general também voltou falar em fiscalização e pediu ao tribunal que facilite a auditoria por partidos, procedimentos já adotados atualmente.

O documento relembra que a colaboração das Forças Armadas com a Justiça Eleitoral é histórica, abrangendo o suporte logístico e de segurança. O ministro da Defesa garantiu ainda que o trabalho das Forças Armadas “tem o intuito sempre democrático, buscando contribuir para que o País tenha eleições justas, democráticas e transparentes”.

Em nota, o TSE informou que vai analisar todo o conteúdo remetido e explicou que o modelo de urnas 'UE 2020' tem "características de segurança superiores" com alta criptografia. 

 

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