Investigação

PF faz nova operação contra participantes e financiadores dos ataques do dia 8

A PF informou que as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas

Por Renato Alves
Publicado em 27 de janeiro de 2023 | 07:49
 
 
 
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A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira (27) a terceira fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.

Os agentes estão nas ruas com 11 mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e Distrito Federal.

'Marcelo Mito', de Juiz de Fora, é um dos alvos da PF

Em Minas, agentes têm três mandados de prisão a cumprir. Um dos alvos, Marcelo Eberle Motta, mora em Juiz de Fora, e o outro, Eduardo Antunes Barcelos, em Cataguases. Ambos foram presos no início da manhã desta sexta. Motta é conhecido como "Marcelo Mito", em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele apoia.

Outra presa na operação é Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, de 67 anos, conhecida como "Dona Fátima de Tubarão". No dia 8 de janeiro, um vídeo que ela aparece invadindo o Palácio do Planalto viralizou nas redes sociais. Os outros dois presos não tiveram nomes divulgados até as 9h30.

No Distrito Federal, foi preso o policial federal aposentado José Fernando Honorato de Azevedo. Nas eleições de 2018, ele concorreu a uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal pelo PRP.

Em Londrina (PR), foi preso o empresário Claudio Mazzia. Ele é suspeito de organizar uma excursão de 20 ônibus para a capital do país, após uma publicação nas redes sociais.

Na casa do diretor de uma construtora, a corporação ainda cumpriu um mandado de busca e apreensão. Até a publicação desta reportagem, a PF também não havia informado sobre apreensões no local.

Grupo é acusado de golpe de Estado e outros crimes

As pessoas investigadas são acusadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

A PF informou que as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.

Ramiro dos Caminhoneiros foi preso na primeira fase da Lesa Pátria

A primeira fase da Lesa Pátria foi desencadeada há uma semana, quando os policiais foram às ruas para cumprir oito mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em todo o país.

Entre os presos estavam apoaidores do ex-presidente Jair Bolsonaro como Ramiro Junior, de 49 anos, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros.

Ele, que foi candidato a deputado federal por São Paulo pelo PL nas eleições de 2022 - teve 4.542 votos, ficou como suplente da Câmara dos Deputados - publicava vídeos incentivando ataques aos Três Poderes e a destituição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com intervenção militar.

Já um empresário que mora no Rio de Janeiro e tem um restaurante em Alto Paraíso (GO), na região da Chapada dos Veadeiros, conseguiu escapar da PF ao pular uma janela e o muro de casa.

Na segunda fase da Lesa Pátria. policiais federais prenderam o homem que quebrou um relógio centenário, fabricado na França e trazido ao Brasil por D. João VI e que ficava exposto no Palácio do Planalto. Morador de Catlão (GO), ele estava escondido em Uberlândia (MG).

A PF disponibiliza o e-mail denuncia8janeiro@.pf.gov.br para receber denúncias sobre os participantes dos atos criminosos.

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