Na próxima terça-feira (6), a Polícia Federal convocou o general da reserva Augusto Heleno para prestar depoimento em Brasília, no contexto da investigação que aborda o suposto emprego da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para atividades de monitoramento ilegal. A informação foi divulgada antecipadamente pela GloboNews.
Ele foi ministro do GSI durante todo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o jornal, a investigação tem como objetivo esclarecer se o general da reserva tinha ciência das supostas irregularidades cometidas por Alexandre Ramagem na Abin e identificar os destinatários dos produtos e relatórios resultantes dessas atividades.
Conforme informações obtidas pela GloboNews junto à Polícia Federal, o inquérito, ainda sob sigilo, apresenta indicativos que sugerem não apenas a ciência do general Heleno em relação a essas ações ilegais de espionagem, mas também uma possível promoção ou estímulo por parte dele.
A intimação acontece um dia depois da operação de busca e apreensão em três endereços ligados ao vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, no âmbito da investigação sobre o esquema de espionagem ilegal na Abin. As ações foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Nesta terça-feira (30), Carlos Bolsonaro ficou cerca de 45 minutos na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro, onde prestou depoimento pela manhã. A operação da PF foi uma continuação à Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira e que teve como alvo principal o ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio.
Esta nasceu da operação Última Milha, realizada em outubro de 2023 e que revelou a espionagem pelo uso de um software de geolocalização. Teriam sido vigiadas autoridades, além de opositores do governo Bolsonaro. O esquema foi interrompido em 2021.