Investigação

Seis oficiais da PM do DF são indiciados por negligência no 8 de janeiro

Além de negligência, há acusações inclusive de participação direta nos atos criminosos de 8 de janeiro e em outros episódios do movimento por intervenção militar

Por O Tempo Brasília
Publicado em 30 de março de 2023 | 12:49
 
 
 
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A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) indiciou seis oficiais da corporação, em um dos cinco inquéritos que apuram a conduta de seus integrantes durante os atos protagonizados por bolsonaristas radicais em 8 de janeiro de 2023.

A informação é do portal Metrópoles. Segundo a reportagem, cinco dos seis militares são: Jorge Eduardo Naime; Cíntia Queiroz de Castro; Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues; Cláudio Mendes dos Santos; e Paulo José.

A investigação conduzida pela corregedoria concluiu que os PMs agiram de maneira negligente contra os extremistas que invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, numa tentativa de derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de uma intervenção militar.

Oficiais e praças da PMDF são alvos de investigações em outras esferas. Alguns, inclusive, já foram presos pela Polícia Federal. Além de negligência, há acusações inclusive de participação direta nos atos criminosos de 8 de janeiro e em outros episódios do movimento por intervenção militar.

Além daqueles filmados facilitando o acesso dos extremistas aos prédios públicos, outros aparecem em vídeos e fotos na Praça dos Três Poderes, participando da tomada dos edifícios. 

Também há imagens e áudios que mostram policiais militares, da ativa e reserva, participando ativamente do acampamento bolsonoratista no Quartel General do Exército, onde foram planejados vários atos contra os poderes da República, como a tentativa de invasão à sede da PF em 12 de dezembro e o atentado a bomba no aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro. 

O ex-comandante de Operações da corporação Jorge Eduardo Naime, por exemplo, também é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF). Em depoimento, ele negou ter cometido crimes, mas apontou culpa do Exército na falta de contenção dos extremistas antes, durante e depois dos ataques de 8 de janeiro.

Já o major Cláudio Mendes dos Santos foi preso pela PF, no Distrito Federal, no âmbito da nona fase da Operação Lesa Pátria. Ele ficou por mais de 60 dias no acampamento do QG do Exército, onde discursou contra as instituições democráticas e, por várias vezes, pediu doações por meio de PIX para manutenção do movimento.

Cláudio fugiu depois que a tentativa de derrubar Lula fracassou. Ele chegou a comemorar a fuga, em mensagem de WhatsApp: “Ainda não ‘tô’ preso”. 

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