Após ser recebido pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, nesta segunda-feira (20), em Brasília, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), afirmou que a dívida do Estado “já teria sido resolvida há muito tempo se fosse fácil”.
A ida do chefe estadual a Brasília acontece em meio a uma disputa com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por protagonismo para tratar da questão. Nas últimas semanas, o parlamentar nacionalizou o assunto sem conhecimento prévio de Zema. Ele prepara uma proposta própria para equacionar o problema.
O objetivo do governador era se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem Pacheco se encontrou por duas vezes em um intervalo de uma semana. Porém, o petista não o recebeu. Na agenda com Rui Costa, Zema ouviu do ministro a promessa de uma nova reunião com Fernando Haddad (Fazenda) para tratar da situação financeira de Minas.
Em vídeo publicado após a reunião, o governador mineiro rebateu as críticas de Pacheco, que acredita haver uma inoperância do governo estadual na busca por uma solução
“Essa dívida não é só de Minas Gerais. Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Goiás também enfrentam um problema semelhante. E se fosse fácil, ela já teria sido resolvida há muito tempo. No meu governo, não fizemos um centavo de endividamento, só temos pagado os juros da dívida. Se a dívida hoje está grande, é porque ela foi feita lá atrás. E o que nós estamos fazendo desde que assumi é administrar essa dívida”, disse.
No mesmo vídeo, Zema afirma que a questão tem sido “prioridade desde o primeiro dia da gestão” e que “quem é de Minas, sabe que já melhorou”.
A postura de Pacheco foi interpretada internamente na equipe estadual como uma antecipação das disputas políticas para as eleições de 2026. O nome do presidente do Senado tem sido cogitado para o Palácio Tiradentes, e ele não descarta a possibilidade.
Intensificando seus movimentos em busca de protagonismo no tema, o senador também recebeu, na última semana, em Brasília, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Tadeu Leite (MDB), e outras lideranças da Casa. Nesta segunda-feira (20), foi feita a primeira de uma série de reuniões entre técnicos do Senado e do Ministério da Fazenda para alinhar os detalhes da proposta de Pacheco, que ainda deve ser entregue a Lula. Somente após isso, segundo fontes do Planalto, serão iniciadas as conversas com Zema.